O deputado estadual Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei, recentemente se envolveu em uma polêmica ao ir para a Ucrânia com a justificativa de "ajudar" na guerra contra a Rússia e enviar áudios machistas e misóginos sobre as refugiadas ucranianas para colegas do Movimento Brasil Livre (MBL).
A atitude ofensiva do parlamentar provocou uma série de notas de repúdio e até pedido de cassação de mandato feito pela comunidade ucraniana no Brasil à Assembleia Legislativa de São Paulo, onde ele atua. Depois da polêmica, o parlamentar pediu desculpas e retirou sua pré-candidatura ao governo de São Paulo. Mas essa foi apenas uma das vezes em que Arthur se envolveu em questões problemáticas.
Briga na Assembleia
No ano passado, uma briga entre Arthur, então do Patriotas, e o deputado estadual Gil Diniz, então sem partido, movimentou uma sessão da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
No dia, dezenas de manifestantes contrários à vacinação contra a Covid-19 faziam um protesto na Casa. Arthur filmava os manifestantes quando Gil o tentou impedir, tirando o celular de suas mãos. Gil, por sua vez, disse à imprensa que tomou a atitude para que o deputado parasse de "fazer chacota" com os familiares das pessoas que morreram em decorrência de eventos adversos das vacinas.
Ofensa contra o padre Júlio Lancelotti
Em 2020, o político foi condenado pela Justiça Eleitoral a apagar todos os vídeos que havia publicado sobre o padre e ativista social Júlio Lancelotti e a nunca mais divulgar conteúdos que fizessem referência ao religioso.
Lancelotti, que se destaca pelo seu trabalho em favor da população em situação de rua, foi atacado por Arthur nas redes sociais após uma repressiva da Guarda Civil Metropolitana na Cracolândia, na capital paulista.
"Até quando esse cafetão da miséria vai achar que é dono da verdade enquanto milhares de brasileiros sofrem com a cracolândia? Anotem: vou desmascará-lo”, disparou Arthur, então candidato à prefeitura de São Paulo.
Naquela época, o parlamentar ainda ofendeu diferentes Organizações Não Governamentais (ONGs) e outros setores da Igreja Católica.
'Pescotapa' de Ciro Gomes
Em 2018, na época do pleito presidencial que elegeu Jair Bolsonaro (PL), Arthur, integrante do MBL, levou um "pescotapa" do então pré-candidato à presidência, Ciro Gomes (PDT), em um evento em Porto Alegre.
O político mais jovem teria se aproximado do veterano para gravar uma entrevista e teria questionado se o "sequestro de Lula" teria dado certo, sugerindo que o ex-ministro planejava tirar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da cadeia em que estava preso em Curitiba.
Ciro, se sentindo provocado, teria chamado Arthur de "bobão" e encostado a mão na nuca dele, que chegou a acusar o ex-ministro de agressão por ter sofrido dois "pescotapas".
Invasão à USP
Também em 2018, circulou na internet um vídeo em que o deputado se fantasia do que chamou de "pepeca rosa" para invadir um departamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) onde ocorria uma palestra sobre masturbação feminina.
"Vamos ver como vai ser essa palhaçada com o dinheiro público", disse o político no vídeo, antes de começar a entrevistar e acuar as mulheres que participaram da palestra.