Dança das cadeiras: quem entra e quem sai na Assembleia Legislativa do Ceará pós-eleições

Em uma das vagas, o nome de quem vai ficar como titular ainda não está definido, uma vez que os suplentes foram eleitos para outros cargos e devem escolher com qual irão ficar

O resultado das eleições municipais deve gerar uma dança das cadeiras na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) a partir de 1º de janeiro de 2025. A chapa composta por dois parlamentares da Casa foi eleita para a Prefeitura de Fortaleza no segundo turno de domingo (27). Com isso, Evandro Leitão (PT) e Gabriella Aguiar (PSD) precisam renunciar aos mandatos proporcionais para assumir os cargos de prefeito e vice, respectivamente, a partir do ano que vem. 

Como foi eleito pelo PDT, a vaga continua pertencendo ao partido com a saída de Leitão da Casa. Assim, quem deve sair da suplência e assumir a cadeira de titular é Bruno Pedrosa (PDT), primeiro suplente da agremiação.  

A efetivação de Pedrosa também põe fim ao rodízio de parlamentares pedetistas aliados ao Governo do Estado para manter Guilherme Bismarck (PDT) na Casa. Isso porque dois deputados estaduais titulares da legenda estão como secretários do Governo Elmano de Freitas (PT), caso de Salmito (PDT) e Oriel Filho (PDT), ou seja, as licenças deles do Legislativo são por tempo indeterminado, sem limite de 120 dias como é o caso da licença para tratar de assuntos particulares. 

Atualmente, as vagas de Salmito e Oriel na Assembleia são ocupadas Antônio Granja (PDT) e Guilherme Bismarck — 2º e 3º suplente da sigla. Todavia, para este último assumir a vaga, Bruno Pedrosa precisou informar indisponibilidade de continuar em exercício, uma vez que é o 1º suplente. Ele, inclusive, se afastou do cargo de deputado em setembro deste ano, quando chegou a sua vez de ser contemplado no rodízio pedetista na Casa.  

Agora, Pedrosa deve esperar a efetivação na titularidade com a saída de Evandro, em 1º janeiro de 2025, conforme informou à reportagem. Antes dele, quatro parlamentares do PDT (Marcos Sobreira, Jeová Mota, Osmar Baquit e Guilherme Landim) já tinham se licenciado para manter Bismarck na Casa, que está no exercício da suplência desde maio de 2023. 

PSD 

No caso da vaga na Alece a ser deixada pela deputada Gabriella Aguiar, eleita vice-prefeita de Fortaleza, a ocupação a partir de janeiro de 2025 ainda segue indefinida. Isso porque o primeiro suplente da sigla, Simão Pedro (PSD), foi eleito prefeito de Orós a partir de 2025. Como se tornaria titular da vaga na Alece a partir de 1º de janeiro, ele também precisa renunciar ao cargo para assumir a prefeitura de Orós. 

Todavia, ele também pode renunciar ao mandato de prefeito e continuar como parlamentar.

O segundo na lista de sucessão é o suplente Apollo Vicz, que, inclusive, está no exercício do mandato parlamentar. Porém, ele foi eleito como vereador de Fortaleza. Assim, a partir de 1º janeiro estaria como titular das duas vagas, o que não é permitido pela legislação eleitoral. Diante desse cenário, Apollo precisa decidir se assumirá o mandato na Câmara Municipal ou na Alece.

Caso ele opte por continuar no Parlamento Estadual, sua vaga de vereador seria preenchida pelo 1º suplente do PSD âmbito do Legislativo da Capital, Tony Brito (PSD). Porém, se decidir exercer a vereança a partir de 1º de janeiro de 2025, quem seria efetivado como deputada estadual no lugar de Gabriella é Keivia Dias, que é a terceira suplente do partido e atual superintendente federal de Pesca e Aquicultura no Ceará. 

Procurado pela reportagem, Apollo Vicz disse que o primeiro suplente é Simão Pedro e sua escolha "vai depender muito da decisão dele". Logo após ser eleito prefeito de Orós, Simão Pedro já havia informado ao Diário do Nordeste que ficaria no Parlamento Estadual somente até o fim deste ano para poder assumir a Prefeitura de Orós. Ele tinha retornado ao exercício do cargo de deputado estadual com a licença-maternidade de Gabriella Aguiar, no início deste mês.

Todavia, em meados de outubro, Simão Pedro informou indisponibilidade para continuar na Alece, cedendo lugar para Apollo — segundo suplente do PSD em exercício atualmente.

Naquela época, no entanto, ainda não tinha sido finalizada a disputa do segundo turno na Capital. Ou seja, tanto Simão Pedro como Apollo eram suplentes e não teriam que renunciar ao mandato proporcional na Alece para assumir os cargos para os quais foram eleitos em 2024.

Agora, o cenário muda. Assim, Simão Pedro tem que escolher com qual ficará. Dependendo de sua decisão, Apollo também terá de fazer uma escolha.