Capitão Wagner tenta atrair PL para aliança ainda no 1º turno em Fortaleza

Conversas para o acordo que pode impedir candidatura de André Fernandes ocorrem em Brasília

A tese da centro-direita estar unida para a eleição em Fortaleza ganhou novos contornos na última semana, após reunião do alto escalão do União Brasil e do PL em Brasília. Os presidentes de ambas as legendas teriam se encontrado para discutir dobradinhas de palanques nos principais centros urbanos do País, incluindo a Capital da Terra da Luz. 

Nos bastidores, correligionários das duas siglas afirmam que o encontro realmente ocorreu e que o assunto "aliança em Fortaleza" no primeiro turno veio à tona. Na ocasião, o presidente recém-empossado do União, Antonio Rueda, teria colocado a pré-candidatura na Capital como inegociável e oferecido a indicação da vice na chapa para a "legenda amiga". 

O presidente do PL, Waldemar Costa Neto, teria ficado aberto à possibilidade, desde que o União garantisse fidelidade de apoio de lideranças em outras cidades estratégicas para a agremiação bolsonarista no eixo Sudeste e Centro-Oeste. Assim, a pré-candidatura de André Fernandes poderia ser retirada, mas caberia ao deputado federal cearense a escolha do nome da vice. 

Apesar dos diálogos, as tratativas teriam que levar outros cálculos em consideração para além da divisão da direita, como a capacidade de aglutinar votos, de atração de outro tipo de eleitorado e eventual margem de perda.  

Ainda que possibilidades paralelas circundem os bastidores, as duas pré-candidaturas continuam apresentadas para o primeiro turno em Fortaleza. Uma possível aliança no primeiro turno, inclusive, foi afastada pelo secretário-geral do PL, senador Rogério Marinho, que tomou posse na Executiva nesta terça.

Cidade 'estratégica'

A reportagem falou com o parlamentar para saber sobre as movimentações nacionais da agremiação após procurar a assessoria de imprensa do deputado federal André Fernandes, que delegou Marinho como o responsável para responder o assunto.  

Ex-ministro do Desenvolvimento Regional (2020-2022), Marinho reforçou que Fortaleza é "estratégica" para o projeto nacional de fortalecimento do PL, com uma "pré-candidatura competitiva" e que deve ser mantida. Para ele, "não há possiblidade de negociação" na Capital do Ceará. 

"Entendemos que Fortaleza é um município importante, estratégico para o Nordeste brasileiro. Nós temos uma afinidade com membros do União Brasil em outras capitais, em Natal nós estamos apoiando o União Brasil, mas não é o caso de Fortaleza. Nós temos uma candidatura competitiva e essa candidatura deve ser mantida, inclusive com a presença do presidente Bolsonaro e de outros quadros partidários importantes na campanha. É fato que nós fomos procurados pelo União Brasil, mas não há possibilidade de negociação em Fortaleza", destacou. 

Também procurado para comentar o assunto, Capitão Wagner informou apenas que não iria opinar agora para "não atrapalhar" algo que possa vir a acontecer.