O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, neste sábado (11), que trocaria "agora" o cargo de presidente se alguém o quisesse. O motivo, segundo ele, é que a vida de mandatário "não é fácil". As informações são do portal UOL.
A declaração foi dada em discurso na Expointer, feira agropecuária realizada no Rio Grande do Sul (RS). "A vida do presidente não é fácil. Se alguém quiser trocar comigo, troco agora", comentou sorrindo. "Mas entendo que é uma missão de Deus pra gente redirecionar esse País".
"Aos poucos, ele vai mudando. Junto com Onyx [Lorenzoni, ministro do Trabalho e Previdência], que está comigo bem antes das eleições, nós vamos acompanhando a transformação das cores desse País", continuou.
A fala se deu após o chefe do Executivo sinalizar uma pacificação entre os Poderes. Não podemos fazer as coisas como muitos querem. Temos Três Poderes que têm que ser respeitados e buscar a melhor maneira de nos entendermos para que o produto do nosso trabalho seja estendido aos 210 milhões de habitantes", finalizou.
'Declaração à nação'
Bolsonaro divulgou, na última quinta-feira (9), uma carta aberta sob o título "Declaração à Nação". O texto foi publicado após reunião com o ex-presidente Michel Temer (MDB), no Palácio do Planalto, em Brasília (DF).
No encontro, que durou cerca de quatro horas, Temer aconselhou o presidente a publicar um "manifesto de pacificação" — chegando inclusive a ajudá-lo a redigir o escrito — para reaproximar os Poderes. A declaração foi publicada no site do Governo Federal dez minutos após o término do encontro.
Além do texto, Temer ajudou Bolsonaro numa intermediação entre o presidente e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra quem o mandatário desferiu ataques nas manifestações de Sete de Setembro.
Antes de o texto ser divulgado, Bolsonaro e Moraes conversaram "rapidamente" por telefone, conforme o peemedebista. "O ministro Alexandre de Moraes me disse que age nos termos simplesmente jurídicos e nada mais que isso, e que não tem nada pessoal contra o presidente da República", afirmou Temer ao Metrópoles.
No entanto, ainda na quinta, Bolsonaro disse estar sendo cobrado para manter os ataques contra a Corte. "Alguns do meu lado aqui vieram até com o discurso pronto: 'Tem que reagir, tem que bater'. Calma, amanhã a gente fala, deixa acalmar para amanhã", afirmou em transmissão ao vivo nas redes sociais.
Na ocasião, Bolsonaro voltou a defender o voto impresso nas eleições, proposta já derrubada na Câmara dos Deputados, pontuando que "palavras bonitas" do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, não convencem ninguém.