Diário do Nordeste

Presidente do TSE pede mais coerência em coligações

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Agência Estado producaodiario@svm.com.br

Em freio à "poligamia eleitoral", o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) restringiu a formação de alianças aleatórias nos Estados. O presidente da Corte, ministro Ricardo Lewandowski, afirmou que as coligações feitas na campanha deste ano terão de ser mais coerentes. Uma decisão unânime tomada na noite da última terça-feira (11) pelo TSE impede que vários partidos se coliguem para governador, mas fiquem separados na disputa pelo Senado.

Apesar de a decisão ter reduzido as possibilidades de coligação, Lewandowski considera que não houve um engessamento das alianças. "Eu não gostaria de usar a palavra engessado. Eu acho que deve haver mais uma coerência. As alianças devem guardar uma coerência maior. A decisão foi no sentido de que as alianças mantivessem uma certa coerência política e ideológica", disse Lewandowski.

Na prática, a decisão do TSE dificulta as negociações de alianças nos Estados. O tribunal chegou a essa conclusão durante o julgamento de consultas do senador Francisco Dornelles (PP-RJ) e do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

A resposta do TSE terá influência direta principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo. No caso do Rio, o PV terá, com a decisão de terça, que sacrificar sua pré-candidata ao Senado, a vereadora Aspásia Camargo, para dar espaço ao ex-prefeito do Rio César Maia (DEM). Isso porque a aliança com o DEM é fundamental para que o pré-candidato do partido ao governo, Fernando Gabeira ganhe mais tempo no horário da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão. Além do PV e do DEM, também farão parte da coligação o PSDB e o PPS - que tem Marcelo Cerqueira como pré-candidato ao Senado.

Já no caso de São Paulo, a decisão do TSE obrigará o PTB a não se coligar formalmente ao PSDB para a candidatura de Geraldo Alckmin. No Estado, já são pré-candidatos formais ao cargo de senador os políticos Orestes Quércia, do PMDB, e Aloysio Nunes, do PSDB. Isso obrigará o PTB, que tem Romeu Tuma como candidato à reeleição, a não participar da coligação formal em torno de Alckmin e apenas apoiá-lo informalmente.