No dia em que foi publicado o novo decreto de isolamento social rígido que entra em vigor nesta sexta-feira (5) em Fortaleza, dois dos três senadores cearenses repercutiram a decisão do governador Camilo Santana (PT) e opinaram sobre a necessidade da medida, anunciada ainda na quarta (3).
A volta de um decreto que estabelece regras mais duras de isolamento social por 14 dias na Capital ocorre em meio ao aumento de casos e óbitos em todo o Estado. Apenas na quarta, 84 mortes foram registradas no Ceará por conta da Covid-19.
Repercussão
“O governador Camilo e o prefeito Sarto decretaram lockdown partir de amanhã em Fortaleza. Diante do aumento do número de casos e do iminente colapso dos sistemas de saúde, é a medida correta para conter o avanço da Covid-19. A saúde e a vida da nossa gente em primeiro lugar!”, escreveu o senador Cid Gomes (PDT), nas redes sociais.
Por outro lado, o senador Eduardo Girão (Podemos) disse que a decisão foi assertiva, mas criticou o Governo do Estado. “Faltou o dever de casa, e agora não temos outra alternativa”. Girão - que faz parte do grupo de oposição a Camilo -, disse ainda que “a segunda onda era esperada. E fechar o Hospital de Campanha do PV após apenas quatro meses de funcionamento chega a ser criminoso”.
“Não éramos para ter chegado a esse nível de descontrole que força o poder público a decretar o lockdown. Pelo erro de alguns, todos terão de pagar. Que Deus nos abençoe”, opinou o senador.
Procurado pela reportagem, o senador Tasso Jereissati (PSDB) não se pronunciou sobre o assunto até a publicação desta matéria.
Governador
Em entrevista nesta quinta-feira ao Sistema Verdes Mares, Camilo Santana revelou que não consegue dormir ao pensar nos impactos da crise sanitária no Estado, principalmente nos efeitos da pandemia na vida das pessoas em situação de maior vulnerabilidade.
“Confesso a você que tem noites que eu não consigo nem dormir pensando nas pessoas que mais precisam no Ceará”, disse. A preocupação, segundo ele, aumenta ao se deparar com falsas notícias a respeito dos motivos que levaram ao isolamento social rígido e à suspensão de atividades econômicas no Estado.
Secretário
Durante a transmissão de anúncio do lockdown, na noite de quarta, o governador esteve ao lado do prefeito José Sarto (PDT) e também do secretário de Saúde do Estado, Dr. Cabeto. Na ocasião, Cabeto fez um apelo aos cearenses.
"São 14 dias muito necessários e é quase um apelo dos profissionais de saúde. Eles estão nos pedindo ajuda para atender a população. Isso é um apelo em todas as Unidades de Pronto Atendimento (Upas) e hospitais", disse o médico.
Ainda na quarta-feira, um chamamento público foi publicado para viabilizar a compra de estruturas de cinco hospitais de campanha no Ceará. As unidades de saúde serão destinadas a usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).