"A reunião foi muito produtiva e estamos esperançosos todos por uma solução breve para esse caso", foi o que afirmou o procurador-geral de Justiça, Manuel Pinheiro, ao fazer o balanço de um encontro realizado entre a comissão formada pelos três Poderes do Estado - Executivo, Legislativo e Judiciário - e o representante dos PMs, o coronel reformado do Exército, Walmir Medeiros, na manhã desta quinta-feira (27). A reunião ocorreu na sede do Ministério Público do Ceará (MPCE), no bairro José Bonifácio, quando o representante dos PMs apresentou uma pauta, por escrito, com 18 pontos de reinvidicação.
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O objetivo da reunião foi avançar em um diálogo que possa dar fim à paralisação de parte da Polícia Militar no Ceará, que já chega ao 10º dia. Na ocasião, o procurador-geral informou ainda à imprensa que, a partir de agora, as informações sobre a situação vão ser sigilosas.
"Tivemos uma discussão num bom nível e o que nós temos agora pra fazer vai ser de informação restrita, porque nós seguimos um protocolo de gerencimento de crise que entende que a informação não deve circular de forma a gerar especulações".
Pedido de prorrogação
Os policiais se mantêm amotinados desde o dia 18 de fevereiro, reivindicando um reajuste salarial. De quarta-feira (19) até terça-feira (25), foram registrados 195 homicídios no Estado, mantendo uma média de 19 mortes por dia. De acordo com a SSPDS, a média em janeiro de 2020 era de seis crimes por dia.
Com a crise instalada na segurança pública, o governador Camilo Santana (PT) solicitou ao Governo Federal a prorrogação do decreto da Garantia da Lei da Ordem (GLO) no Ceará.
O decreto presidencial que autoriza a operação GLO no Estado está previsto para se encerrar nesta sexta-feira (28). O Governo, entretanto, não informou quantos dias a mais foram solicitados para a permanência das tropas e nem se demandou aumento no contingente militar.
Hoje, há 2,5 mil homens do Exército Brasileiro patrulhando as ruas da Capital, Região Metropolitana e algumas cidades do interior.
Comissão dos três poderes
O colegiado é formado pelo procurador-geral do Estado, Juvêncio Viana; pelo corregedor-geral do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE), desembargador Teodoro Silva Santos; pelo deputado estadual Evandro Leitão (PDT); pelo procurador-geral de Justiça, Manuel Pinheiro; pelo presidente da Ordem dos Advogados no Ceará (OAB-CE), Erinaldo Dantas; e ainda pelos coronéis do Exército, Marcos Cesário e Menezes Neto.
Os nomes foram definidos na quarta-feira (27), em reunião do grupo na sede do MPCE, responsável por sugerir a instalação do colegiado. Os membros do Ministério Público, da OAB-CE e das Forças Armadas irão atuar como mediadores, fazendo a ponte entre a categoria e a comissão, para tentar retomar um diálogo.
Um dos interlocutores escolhidos para conversar com os amotinados é o presidente da OAB-CE, Erinaldo Dantas, que buscou conversar ainda na quarta-feira com policiais paralisados no 18º Batalhão da PM, no bairro Antônio Bezerra, em Fortaleza.