Grupo de candidatos ao Conselho Tutelar vai pedir anulação da eleição em Fortaleza

Comissão criada pelo Ministério Público para acompanhar o processo de escolha do Conselho Tutelar se reuniu na tarde desta terça para organizar avaliação de denúncias

Candidatos ao Conselho Tutelar de Fortaleza que se sentiram prejudicados por problemas no dia da votação e pela série de irregularidades identificadas pelo Ministério Público do Estado (MPCE) vão pedir a anulação da eleição.

Eles se reuniram na manhã desta terça-feira (8) para juntar provas e decidir os próximos passos. Comissão formada pelo MPCE para acompanhar o processo de escolha dos conselheiros tutelares se reuniu na tarde de hoje para organizar a avaliação das denúncias recebidas.

A partir de quarta-feira (09), começa o prazo para recursos ao resultado da votação de domingo (6).

"Um voto define a eleição de um candidato, imagine milhares de votos? Foi um processo totalmente irregular, e o que nós queremos imediatamente é a anulação desse pleito", disse o conselheiro tutelar de Fortaleza, Rondinelle Mendes de Araújo, eleito suplente no pleito atual.

O grupo afirma que reuniu provas para embasar o pedido de anulação, principalmente depoimentos de eleitores que foram impedidos de votar. O pedido deverá ser protocolado no Ministério Público até quinta-feira, afirma Rondinelle.

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Além do pedido ao MPCE, eles vão entrar com um recurso administrativo junto ao Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente de Fortaleza (Comdica), que é o órgão responsável pro organizar as eleições.

Nesta tarde, uma comissão do Ministério Público com outros órgãos da sociedade civil se reuniu em Fortaleza para discutir as denúncias recebidas e as informações colhidas pela fiscalização no dia da eleição para o Conselho.

A promotora do Ministério Público que atua na fiscalização do Conselho Tutelar e no processo de escolha, Antônia Lima, descarta possibilidade de anulação do certame. Segundo ela, o foco da avaliação das irregularidades será na impugnação da candidatura de quem tiver violado as regras eleitorais.

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Problemas em outros estados

No Paraná, as eleições já foram suspensas na capital, Curitiba, e nas cidades de Campo Largo, Ivaí, Ivaté e Paranaguá. Segundo o Ministério Público do Paraná, a anulação em Curitiba ocorreu a partir de inconformidade na foto de candidatos em algumas urnas eletrônicas, indícios de violação do conteúdo dos votos de uma urna e violações nos envelopes com documentação em algumas seções.

Em São Paulo, o processo eleitoral foi impugnado nas regiões de Pirituba, Lajeado e Pinheiros, segundo a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania. Entre os problemas, estão o não comparecimento de mesários e disparidade entre números de candidatos nas urnas e no divulgado durante a preparação para as eleições. 

No Rio de Janeiro, ainda no domingo de votação, sete candidaturas ao Conselho Tutelar foram impugnadas por problemas como boca de urna e propaganda fora do prazo legal, segundo o Ministério Público.