Estudante de veterinária picado por cobra no DF sai do coma e polícia investiga tráfico de animais

Estudante matinha cobras exóticas em casa e publicava fotos com os animais nas redes sociais

Escrito por Redação ,
Legenda: A polícia encontro 16 cobras exóticas em uma fazenda na região em que o jovem foi picado
Foto: Divulgação/Polícia Militar Ambiental - DF

O estudante de medicina veterinária Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmukul, de 22 anos, acordou do coma na noite desta quinta-feira (9). Ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após ser picado por uma cobra naja que mantinha em casa, no Distrito Federal. 

Segundo o portal UOL, o estudante está com necrose no braço e lesões no coração, causadas pelo veneno da cobra. O hospital não divulgou informações sobre o estado de saúde do rapaz.

A naja que picou o estudante de veterinária foi encontrada dentro de uma caixa atrás de um shopping. Nas redes sociais, o estudante de veterinária publicava várias fotos com cobras, mas depois de o caso ser divulgado na mídia, os registros foram apagados. 

Cobras exóticas em cativeiro 

O delegado Ricardo Bispo, da 14ª Delegacia de Polícia Civil, em Gama, disse que na casa do estudante os policiais encontraram objetos que indicavam que no local eram criadas outras serpentes.

"Com o apoio do Ibama, conseguimos confirmar que ele criava animais proibidos na casa dele. Após ouvirmos algumas pessoas, chegamos a um grupo de estudantes de veterinária de classe média para alta que tem interesse em estudar animais exóticos e, por isso, obtinha esses animais. Esse grupo tinha até um presidente", explicou o delegado.

O Batalhão da Polícia Militar Ambriental (BPMA-DF) encontrou 16 cobras exóticas em uma fazenda no Núcleo Rural Taquara, 73 Km de onde Pedro foi picado. 

O major Elis Cunha, do BPMA, explicou que as cobras estavam dentro de caixas, escondidas em uma baia de cavalo. O caseiro da fazenda disse aos policiais que o amigo da vítima deixou os animais no local. 

O delegado Bispo também informou que existe a suspeita de que mais serpentes exóticas do estudante estejam escondidas. Além de tráfico de animais, o jovem pode responder por maus-tratos. O Ibama informou que o estudante de medicina veterinária será multado, o valor pode variar entre R$ 500 e R$ 5 mil. 

Sem registro do animal no DF

"Não existe registro oficial de entrada desse animal no DF. Ele não poderia estar sendo criado por uma pessoa física. Essa espécie é encontrada principalmente na Tailândia. É uma das grandes responsáveis por acidentes na Ásia", explica o biólogo e diretor de répteis, anfíbios e artrópodes do Zoológico de Brasília, Carlos Eduardo Nóbrega. O veneno da cobra pode matar um ser humano em apenas 60 minutos após a picada. 

O soro para anular o veneno da cobra foi enviado pelo Instituto Butantan, em São Paulo, para o tratamento do estudante. Ele não é produzido pela instituição pelo animal ser exótico. 

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