Tecnologia para exportar hidrogênio verde ainda é desafio

Evento nesta semana discutiu obstáculos e oportunidades para a cadeia de hidrogênio no Estado

O setor produtivo cearense continua protagonizando discussões acerca do hidrogênio verde, que deverá trazer investimentos multibilionários para o Estado nos próximos anos.

Na quinta-feira (31), a Fiec (Federação das Indústrias do Ceará) sediou um debate organizado pelo Sindienergia sobre os desafios e processos do licenciamento ambiental. Um dos pontos levantados pelos palestrantes foi a viabilidade da exportação da energia que será produzida no hub cearense, no Complexo do Pecém.

Gustavo Silva, diretor de operações da Qair Brasil, empresa que já possui memorando assinado com o Governo do Estado para instalação de usina de hidrogênio verde, explica que o transporte do material para outros países ainda é um gargalo.

“Os desafios que temos hoje para o hidrogênio verde não são de produção apenas, mas de produção em larga escala, transporte e armazenamento. A tecnologia que vai permitir que seja feito o transporte dessa energia de um canto para o outro ainda está em construção”, afirma o executivo.

Conforme Silva, o foco da empresa hoje é o hidrogênio verde. “Entretanto, entendemos que até o estabelecimento das regras para a licença e produção, precisaremos trabalhar com outras alternativas transitórias. Mas, o mercado, naturalmente, levará para o hidrogênio verde”, disse.

Licenciamento

A CEO da HL Soluções Ambientais, Laiz Hérida destacou que o cenário para o Ceará quanto ao licenciamento ambiental é positivo. Segundo ela, hoje existe um arcabouço legal e regulatório propício ao desenvolvimento do setor.

O consultor de energia da Fiec, Jurandir Picanço, ressalta a união multissetorial pelo sucesso dos projetos de hidrogênio. “Estamos vivenciando um momento de grande colaboração de todos os setores para um bem maior, que é o desenvolvimento da cadeia do hidrogênio verde. Desde a resolução inicial proposta ao conteúdo que foi aprovado, ocorreu um avanço muito grande, uma equalização dos interesses. Todo esse trabalho tem colocado o Ceará na dianteira desse processo, algo importantíssimo”, frisou.

Carlos Alberto Mendes, superintendente da Semace, destacou que a autarquia vem se adaptando às novas necessidades do mercado.

“Estamos preparados para receber os protocolos, os investidores podem ficar tranquilos quanto a isso. Já formamos uma equipe que está preparada para trabalhar a análise e emissão dos termos necessários. Compreendemos que o Ceará tem na sua frente uma oportunidade ímpar de transformar a sua realidade”, pontuou.

Participaram do evento ainda o presidente do Sindienergia, Luis Carlos Queiroz, membros da diretoria do sindicato; o Coordenador de Energia da FIEC e presidente da Câmara Setorial de Energias da Adece, Joaquim Rolim; o Consultor de Energias Renováveis da Sedet/CE, Constantino Frate; o empresário do setor, Fernando Cirino, dentre outros.