Uma das propostas de emendas à Medida Provisória que muda regras da venda de combustíveis prevê a automatização do atendimento nos postos. O sistema de 'self-service', em que o próprio consumidor opera a bomba e abastece o carro, funciona em vários países. Nos Estados Unidos, a operação é feita desta forma desde os anos 1950.
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No Brasil, ainda não há consenso sobre o avanço da pauta. A categoria dos frentistas tem feito lobby no Congresso para enterrar a proposta do deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), sob o argumento de que a medida geraria demissões e aumentaria o desemprego em um momento ainda bastante delicado da economia.
Já o Sindipostos-CE, que representa os empresários do setor, é simpático à ideia. O assessor econômico do Sindicato, Antônio José, afirma que o assunto está em análise pela Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis).
Redução nos custos
Ele argumenta que a mudança poderia reduzir os custos na revenda, o que, segundo prevê, amorteceria o valor da gasolina e demais produtos para o consumidor na ponta final.
"Há muito tempo que se tenta colocar posto automatizado no País, mas tem uma lei que proíbe", diz Antônio José.
A lei a que se refere é a 9.956, do ano 2000, a qual determina a presença de frentistas em todos os estabelecimentos e veda a utilização de máquinas ou de autoatendimento.
Sobre os possíveis impactos no mercado de trabalho, o assessor econômico afirma que os postos conseguiriam absorver os frentistas "em outras funções".
Ele estima que os postos no Ceará empregam de 10 mil a 12 mil pessoas, metade destas representada por frentistas.
A proposta de Kataguiri prevê transição de cinco anos até a oferta parcial ou total do autoatendimento nos postos de combustíveis.
Em outros segmentos do varejo, como os supermercados, a automatização vem sendo gradualmente implementada no Brasil, embora as experiências aqui ainda estejam bastante aquém do praticado em países desenvolvidos.
P.s.: Colunista entra em férias a partir de 4/10