A inflação do aluguel residencial voltou a devorar a renda dos brasileiros em 2023, com uma alta de 16%, três vezes acima do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
Tem-se, portanto, a continuidade de um processo de inchaço nos preços, iniciado sobretudo em 2022, com a retomada pós-pandemia e a consequente valorização do metro quadrado. A tendência, porém, é que haja um arrefecimento dessa alta em 2024.
Diferenças regionais
Há, no entanto, diferenças regionais consideráveis em relação a esse fenômeno de escalada de preços.
Em Fortaleza, por exemplo, houve majoração expressiva, de 21,9%, a mais acentuada do Nordeste e terceira entre as capitais do Brasil. As cidades com aumentos menos intensos - foram Brasília (11%) e Salvador (12%). Os dados são da pesquisa FipeZap
Contudo, mesmo com o avanço de destaque, a capital cearense ainda figura entre aquelas com os aluguéis mais baratos do País. Na média, os aluguéis na cidade encerraram o ano passado com a cotação de R$ 28 por metro quadrado, o que a coloca na 21ª posição nacional entre as mais caras (incluindo capitais e não capitais).
Convém ressaltar que a cidade se tornou, nos últimos anos, a maior economia do Nordeste e quarta do Brasil, mas, ainda com o crescimento econômico recente, o mercado imobiliário mantém preços relativamente baixos na comparação até mesmo com outras cidades nordestinas.
Enquanto o metro quadrado médio em Fortaleza é de R$ 28, em Recife, o valor chega R$ 47, quase 70% acima. Morar de aluguel em Salvador também é mais caro, com o m² saindo por R$ 33, na média.
Quantos m² pagam de aluguel com R$ 2.000?
Na prática, isso significa que em Recife, com o montante de R$ 2.000, por exemplo, é aluga-se um imóvel de 42 metros quadrados.
Com esse mesmo valor, em Salvador, seria possível alugar um apartamento de 60 metros quadrados.
Já em Fortaleza, os R$ 2.000 permitiriam locar um imóvel de 71 metros quadros, na média.
Evidentemente, existem variações dos preços entre os bairros das cidades, portanto, trata-se de uma média com base no valor geral obtido pela pesquisa Fipe Zap.
Em Fortaleza, por exemplo, os bairros mais caros (Meireles e Mucuripe) possuem o m² acima de R$ 38, mais que o dobro do Joaquim Távora, o 10º do ranking das vizinhanças mais valorizadas da Capital.