O corte em despesas do Orçamento da União para 2021 deve causar a paralisação nas obras de mais de 13 mil imóveis no Ceará, no âmbito do programa Casa Verde e Amarela, o substituto do antigo Minha Casa Minha Vida. A informação é do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon/CE).
Para fechar o Orçamento, o Governo retirou R$ 1,5 bilhão em despesas que estavam reservadas ao Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), que banca as obras da faixa 1 do programa habitacional, cujo foco são as famílias de baixa renda.
Perplexidade
Em nota, o presidente do Sinduscon, Patriolino Dias, diz que a entidade "recebeu com perplexidade a decisão do corte".
"Somente aqui no Ceará cerca de 34 empreendimentos terão as obras paralisadas já a partir do mês de maio deste ano. Um total de 13.302 unidades. O veto praticamente zera o que estava reservado, restando a sobra de apenas R$1 milhão para tocar o programa no Ceará".
De acordo com ele, a situação "torna impossível a continuidade do que já está contratado, afetando diretamente os postos de trabalho das respectivas obras."
"Acreditamos na sensibilidade do Congresso Nacional para uma atuação urgente, a fim de reverter o veto e evitar as demissões em massa do setor, já tão afetado pela pandemia e aumento dos insumos", conclui.
A reação ocorre na mesma linha do que fora expressado, na semana passada, pelo presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, que classificou de "loucura" o corte total nas verbas para a continuidade das obras do programa habitacional do governo e disse que quem ordenou o veto "não tem noção do que está fazendo".