Na última segunda (4), os três maiores canais de mídias sociais do mundo (WhatsApp, Facebook e Instagram) pararam de funcionar temporariamente.
O que vimos foi um incômodo generalizado. Muitas e muitas pessoas sentindo-se perdidas por conta desse fato. Entre estas estão aquelas que sofrem de uma “nova” doença chamada nomofobia, que é o medo irracional de estar sem celular ou aparelhos eletrônicos no geral.
Afinal de contas, o mundo virtual já não é tão virtual assim.
Uma das definições de virtual é: “existente apenas em potência ou como faculdade, sem efeito real”. Mas, não é o que hoje encontramos e vivemos no nosso dia a dia. A internet e os smartphones fazem parte da nossa vida real, como um acessório básico de sobrevivência.
São nesses minicomputadores que as pessoas se orientam no tempo e no espaço. Neles encontram os meios de se comunicarem com os entes queridos e os desconhecidos, para qualquer que seja a finalidade. Se informam das notícias do mundo todo. Fazem cursos, se orientam nas atividades físicas, realizam compras e fazem investimentos. Buscam a programação gastronômica e de lazer. Enfim, é um grande portal de interação.
É comum encontramos pessoas que não conseguirão sair de casa sem o celular. E aquelas que mesmo dentro de casa não conseguem desgrudar dele.
Se você tem um encontro marcado com uma pessoa em um restaurante, digamos que ela se atrase. Dificilmente se deterá a observar o movimento no ambiente ou da rua, ou mesmo procurará alguém para conversar, enquanto aguarda. O mais provável será baixar o rosto e fixá-la na telinha. Como se estivesse num mundo paralelo.
Existem casais que, na mesma casa, e às vezes na mesma cama, só conseguem “conversar” através dos aplicativos. Famílias que só conseguem “conversar” dessa forma. Normatizou-se a comunicação somente possível através do WhatsApp. Paradoxalmente, o que foi criado para facilitar a comunicação entre as pessoas, tem feito o contrário, dificultando.
Quer queiramos ou não esse é um novo padrão de comportamento que constatamos.
A internet e as mídias têm uma grande contribuição para o nosso desenvolvimento enquanto humanidade, mas interfere diretamente na qualidade, forma e velocidade dos processos sociais.
E precisamos ficar atentos aos excessos e distorções que geram adoecimentos.
Já são muitos os problemas causados pelo vício nas redes sociais:
- comprometimento de outras atividades, devido ao tempo gasto;
- desinteresse pelos relacionamentos reais;
- baixa autoestima, ao fazer comparações com as vidas apresentadas nas redes;
- isolamento e até fobia social;
- ansiedade;
- depressão.
É necessário encarar de frente esse desafio e identificar se somos, ou se alguém querido é, dependente da internet; de redes sociais; de vídeo games e celulares; e buscarmos ajuda.
Precisamos de educação para o bom uso da internet e dos aparelhos. Precisamos parar de vez em quando para perguntar quem manda em quem. Se estamos usando de forma saudável ou doentia, fugindo da realidade.
Essa educação passa pela valorização da vivência plena da realidade, incluindo o ambiente e as pessoas. A dedicação mental e emocional ao contato, aqui e agora, através dos cinco sentidos.
E em nome da saúde coletiva, urge educarmos nossas crianças. Vale realçar que a primeira atitude é o exemplo dos adultos que com elas convivem.
Que aquele “mal” de segunda passada possa nos fazer refletir e distinguir sobre o que é necessário e o que é essencial.
Paz e bem!