Poupar jogadores é experiência duvidosa

Confira a coluna desta quarta-feira (11)

Legenda: Tom Barros comenta o momento do Ceará.
Foto: Thiago Gadelha/SVM

Hoje, Copa do Brasil.

O Ceará tem significativa vantagem sobre o Tombense. Mas é preciso cuidado. A Copa do Brasil, pelo modelo eliminatório, é a competição com o mais alto índice de zebras do país. Não raro, as vantagens desaparecem nas brumas do imponderável. O Internacional que o diga: jogava por um empate, mas sobrou para o Globo logo na primeira rodada.

Hoje o Ceará pode perder por diferença de um gol. Se for por dois gols, a decisão vai para os pênaltis. Será hora então de poupar jogadores? O ideal, primeiramente, é em campo ampliar a vantagem. Depois, as substituições graduais pouparão os atletas mais importantes. Pelas circunstâncias de momento, entendo que o Ceará tem de dar prioridade à Série A, onde sua situação é preocupante.

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Um novo desafio para o treinador Dorival Júnior. A contusão de Fernando Sobral foi um duro golpe. A consistência do setor defensivo do Vozão perdeu muito com o afastamento dele. Agora não adianta ficar em lamúrias. Buscar a melhor opção é o único caminho. No jogo de ida, em Muriaé, quando o Ceará venceu (0 x 2), o nome da partida foi Vina, autor dos dois gols. Esse só deve ser poupado, após uma margem mais ampliada. 

O Tapetão 

Tenho explicado muitas vezes a razão pela qual detesto o Tapetão. É simples. Quase sempre as decisões dos tribunais esportivos são tardias. E, quando chegam, transformam o que foi decidido em campo. É natural, portanto, que haja diversificadas reações, contra e a favor, porque elevados os interesses em jogo. 

Decisão 

Sempre defendi e continuarei defendendo a tese de que os campeonatos só poderiam ser decididos em campo, após superadas todas as pendências judiciais. Aí, sim, os times entrariam para a disputa em campo sem o risco de modificações posteriores. Não raro, a morosidade da justiça gera imbróglios intermináveis que, no lugar de soluções, provocam mais transtornos. 

Serviço 

Reconheço que os tribunais esportivos prestam serviços relevantes. A maioria de seus componentes cuida de zelar pela boa prática das decisões isentas, independentes, competentes. Mas a história há mostrado que a demora nas manifestações finais termina embotando o que os clubes, com beleza e arte, edificaram nos estádios.  

Conclusão 

Não há como aceitar, portanto, o descompasso entre a rapidez do moderno futebol e a lentidão dos tribunais esportivos e também dos tribunais comuns. O que o futebol decide em noventa minutos e acréscimos a justiça esportiva leva meses e meses, anos e anos, para resolver. Enquanto não houver uma sincronização, restará extremo desconforto entre os dois segmentos.