Mais uma vez o desafio nas alturas

Confira a Coluna desta quarta-feira

Legenda: O Vozão tem desafio na altitude de La Paz pela Sul-Americana
Foto: FABIANE DE PAULA

Ceará em La Paz. Além de enfrentar o The Strongest, a dificuldades de jogar no Estádio Hernando Siles, situado a 3.637 metros acima do nível do mar. O ar rarefeito, menos oxigênio. O visitante sofre. No ano passado, o Ceará jogou nesse estádio contra o Bolívar. Empatou (0 x 0). Atuou com João Ricardo, Buiú, Anderson Jordan, Klaus e Kelvin; Charles, Marlon, Fernando Sobral; Yony González, Jorginho e Jael. Daquela formação, apenas Fernando Sobral está escalado como titular hoje. O Vozão vai bem diferente e desfalcado de sete jogadores. Estão fora: João Ricardo, Bruno Pacheco, Lucas Ribeiro, Cleber, Mendoza, Lindoso, Richard (goleiro) e Richard Coelho. É muito problema.

Quero crer que correto será o Vozão administrar ao máximo suas energias. Não adianta se matar em La Paz, esgotar todas as reservas, máxime sabendo que já no sábado terá de enfrentar o Internacional (4º colocado) no Castelão. Não digo que renuncie ao jogo diante do The Strongest. Não é isso. O Ceará terá de ir à luta. Cumprir sua missão com dignidade e altivez, mas sem extrapolar os limites de suas condições físicas. O massacre sobre os jogadores é desumano. Não tem atleta que resista. 

 

Pressão 

 

Depois do empate com o Atlético-GO, o técnico Marquinhos Santos começou a sentir a pressão da torcida. Aliás, essa pressão está vindo numa sequência de resultados insatisfatórios. Guto Ferreira foi o primeiro que não suportou a carga, a despeito de títulos e de bela passagem por Porangabuçu. Tiago Nunes também despencou. Marquinhos precisa obter melhores resultados. 

 

Equilíbrio 

 

Com relação ao Fortaleza, tenho a mesma linha de raciocínio. O Leão deve entrar com altivez e respeito à competição pela qual ele tanto batalhou para participar. Mas não pode também estourar os limites da sua condição física, pois domingo enfrentará o Coritiba no Estádio Couto Pereira. Parada duríssima. 

 

Dosar energias 

 

No segundo tempo do jogo no Mineirão, observou-se a queda de produção do Fortaleza. O time não conseguiu acompanhar o ritmo do Atlético e acabou sofrendo uma virada épica do time mineiro. Ficou a pergunta no ar: o Leão recuou todo por estratégia ou porque o gás sumiu em decorrência do desgaste sofrido no clássico-rei? 

 

Duas coisas 

 

A meu juízo, as duas coisas influenciaram: o desgaste decorrente do clássico-rei e a pretensão de trazer o Atlético para matar o jogo nos contra-ataques. Acontece que não conseguiu armar os contra-ataques, justo por falta de melhores condições físicas. Na linguagem bem popular: pregou. O time ficou aparvalhado, todo atrás, sem condições de sair para o jogo. Ficou a lição.