Vasco, Sport, Bahia e Fortaleza. Esses quatro times estão em mar revolto. Quem se salvará no braço? Ou nas pernas? A rodada atual deixa tal quarteto em tormentosa expectativa. Um tropeço muda todo o cenário. O Fortaleza, como citei algumas vezes, terá vários adversários amanhã. Um visível: o Atlético no Mineirão; três invisíveis - a mudança de dois treinadores, a contaminação pela Covid-19 e a queda de rendimento. São fantasmas oriundos de tantos acontecimentos desfavoráveis. Amanhã, em Minas, o Fortaleza terá de entrar em campo com "aquelas camisas". Não basta jogar futebol. É preciso muito mais que isso. Acordar o sentimento guerreiro que sempre fez do Tricolor de Aço um time capaz de reviravoltas extraordinárias. Se o Fortaleza pega parada difícil em Minas, Vasco e Bahia terão de resolver suas vidas em São Januário. Mais difícil é mesmo o desafio do Sport que na Ilha do Retiro recebe o Flamengo, agora vice-líder, após golear o Grêmio (2 x 4) em Porto Alegre. Tudo é possível nesta rodada. Creio mesmo que, até a rodada 38, possa acontecer intensa rotatividade entre os visitantes da zona de rebaixamento. Portanto, solavancos acontecerão para todos os concorrentes.
Oportunidades
A Série A de 2020 revelou no Ceará dois jogadores que souberam aproveitar sobremaneira as oportunidades que lhes foram dadas: Clebão e Fernando Sobral. O primeiro, natural de Salvador na Bahia; o segundo, apesar do apelido Sobral, nasceu no Rio de Janeiro, em 1994.
Desarmador
Fernando Sobral é o maior desarmador da Série A nacional. Essa qualidade de Fernando tem tudo a ver com o seu excelente preparo físico. Fernando Sobral conseguiu manter a regularidade durante todo o campeonato. Somente em pouquíssimas partidas ele deu alguns sinais de desgaste.
Liderança
Quem, no Fortaleza, exerce liderança em campo? Nem sempre o homem que está com a faixa é a pessoa talhada a comandar o time, quando das adversidades nas quatro linhas. Tem de segurar o moral do grupo. Em Goiânia, na derrota para o Atlético, faltou alguém para comandar a reação.
Exemplo da Seleção
Na Seleção Brasileira, campeã mundial de 1958, o capitão era Bellini. Ele tinha liderança. Foi notável. Mas o símbolo da confiança na reação brasileira, após sofrer 1 a 0 na final diante da Suécia, foi Didi. Logo depois do gol sueco, ele colocou a bola embaixo do braço e saiu andando calmamente até o círculo central. Esse gesto tranquilizou o time e deu a certeza da virada. Virou. E ganhou a Copa.