Crise tricolor sem desespero
Leia a Coluna desta sexta-feira (23)

A sequência de tropeços do Fortaleza tem gerado elevado índice de insatisfação. Subiu o tom de protesto da torcida. A temperatura interna aqueceu a ponto de exigir uma resposta imediata. Enfim, o Fortaleza passou a ser um time comum e previsível. Precisa de uma sacudida geral.
É bom não confundir sacudida geral com radicalização. A reação terá de ser feita como tantas outras que já foram processadas em crises anteriores, ou seja, com serenidade e equilíbrio. Nada de precipitações por pressão da torcida ou de quem quer que seja. Mudanças terão de ser feitas de forma consciente e racional.
Há alguns anos, o treinador já teria recebido sumária demissão. Hoje, é diferente. O próprio Fortaleza tem uma experiência interessante. Manteve Rogério Ceni, quando perdeu o certame estadual para o Ceará. E disso colheu excelentes frutos. Agora, creio, também é hora de refletir, não de demitir.
Desespero não resolve. Pelo contrário, só atrapalha. O dirigente sábio é o que faz mudanças pontuais, não gerais. É o que sabe agir com rapidez, mas com cautela, máxime porque nem tudo está errado no Leão.
Exemplo
O Ceo do Fortaleza, Marcelo Paz, é mestre em administrar crises. Quando presidente do clube, soube superar momentos adversos. E as respostas positivas aconteceram, sem a necessidade de práticas contundentes. Sou admirador da forma de trabalhar do Marcelo. Sua voz tem de ser ouvida.
Experiência
No Fortaleza, é Marcelo Paz o mais experiente. Sucedeu o hoje senador da República, Eduardo Girão. Aliás, foi Girão quem tirou da Série C o Fortaleza, iniciando a arrancada que depois, na Série B, foi conduzida por Marcelo Paz. E daí para as grandes conquistas como a subida para a Série A, Sula e Libertadores.
Bagagem
Marcelo Paz fez o Fortaleza superar muitos percalços. A meu juízo, a opinião dele será fundamental para tirar do descaminho o Leão. É hora de reunir os comandos do clube para uma tomada de decisão. Se assim não for feito, novos riscos serão assumidos, podendo até comprometer a campanha na Série A.
Pênaltis
O Fortaleza segue incompetente nas decisões por pênaltis ou mesmo nas cobranças isoladas. Para alguns, virou pesadelo. É o caso de Lucero para quem bater pênalti parece um castigo. É uma espécie de tortura. No Fortaleza estão conseguindo complicar o simples e virar vantagem em desvantagem.
Basta!
Quando o problema parece insolúvel, é hora de parar tudo. Fecha a máquina. Abre o coração. O desabafo de cada um será fundamental. Com respeito e educação, queixas devem ser expostas. Lavagem de roupa suja em casa. Feitas as devidas correções, será possível a retomada. Mas isso demanda consciência coletiva.