Tom Barros

Troca de camisas
 
Há quem diga que sempre fracassa o jogador que sai do Fortaleza para o Ceará ou do Ceará para o Fortaleza. A história tem mostrado o contrário. O insucesso é exceção. Para o Campeonato Cearense 2015, o Ceará terá quatro ex-jogadores leoninos: Tiago Cametá, Charles, Eusébio e Assisinho. Nesse caso, Eusébio correspondeu plenamente no Ceará. Assisinho está devendo. Agora é esperar para ver o que mostrarão no Ceará Tiago Cametá e Charles. Há exemplos que não deram certo, mas há muitos outros que foram sucesso absoluto. Nas décadas de 1960 e 1970 houve vários. O goleiro Harry Carey deu show no Ceará e no Fortaleza. Zé Eduardo brilhou nos dois. Erandy, idem. O volante Joãozinho foi do Fortaleza para o Ceará e manteve o padrão. Troca de camisa não é problema.
 
Mais recentes 
 
Além de Eusébio, que foi do Fortaleza para o Ceará e deu certo, posso acrescentar o caso de Clodoaldo, que também se transferiu do Pici para Porangabuçu e foi campeão pelo Ceará. Brilharam ainda nos dois gigantes: Amilton Melo, Pedro Basílio, Artur, Marciano, Lulinha, Carneiro, William Pontes, Charuto e Haroldo Castelo Branco, dentre outros.
 
Rotatividade
 
Hoje, não há mais jogador que passe 15 ou 20 anos num time só. Isso é coisa do passado. Os últimos certamente foram Roberto Dinamite pelo Vasco e Zico pelo Flamengo. Os que vieram depois entraram na rotatividade dos novos tempos. Atualmente jogador passa por tantos clubes que às vezes nem ele mesmo sabe por onde andou. Eu preferia o modelo antigo.
 
Recordando
 
2006. Momento de amenidades na concentração do Fortaleza. O goleiro Albérico, sentado na rede de tucum, e o goleiro Márcio, que em 2014 jogou pelo Atlético de Goiás. Detalhe: Albérico foi hexacampeão pernambucano, sendo cinco títulos seguidos pelo Sport (1996/97/98/99/2000) e o de 2001 pelo Náutico. Albérico foi campeão pelo Fortaleza. (Colaboração de Elcias Ferreira).
 
Recorde
 
Magno Alves desafia o tempo. Faz o que os mais jovens não conseguem: gols em profusão. Dificilmente, porém, alguém conseguirá ser o artilheiro Série A como Romário foi. Aos 39 anos de idade, em 2005, o Baixinho fez 22 gols jogando pelo Vasco. Tornou-se então o mais velho artilheiro da história da Série A do Campeonato Brasileiro.
 
Carência
 
Desde que Osvaldo foi jogar no São Paulo, os clubes cearenses não mais tiveram um jogador rápido, que faça a diferença quando a alternativa for jogar no contra-ataque. Quem fez isso muito bem foi Misael, quando PC Gusmão há alguns anos treinou o Ceará. Hoje no futebol cearense há carência de atacante com essa característica.
 
Afirmação
 
Assisinho terá neste 2015 uma missão especial: desenvolver no Ceará o mesmo eficiente futebol que o fez admirado e aplaudido no Fortaleza. Jamais Assisinho se mostrou à vontade no modelo adotado pelo técnico Sérgio Soares. Ao novo técnico do clube, Dado Cavalcanti, a tarefa de fazer com que Assisinho reencontre o melhor
de seu futebol.
 
Otimismo. Hoje é um dia bastante significativo para o Fortaleza: o técnico Nedo Xavier começará no Pici a caminhada do Leão 2015. Aliás, no meu entendimento, Nedo foi injustiçado em 2012 quando a diretoria não o manteve no comando do grupo, após a perda do título para o Ceará. Nedo realizara ótimo trabalho. Admiro muito a postura profissional dele. É sério, determinado, competente. Já provou isso. E não é chegado a espalhafatos que tanto detesto. Boa sorte, Nedo.