Tom Barros

Ilusória liberdade

Quando o instituto do passe foi extinto pela Lei Pelé, logo se imaginou a alforria de todos os atletas. Seria a Lei Áurea do futebol, derrubando grilhões que prendiam aos clubes os jogadores de futebol. Ilusão. A realidade há mostrado que eles estão mais aprisionados do que nunca. No lugar dos clubes, passam a depender de empresários que se tornam donos dos atletas. Na bolsa do futebol passou a valer a interferência de agentes, ora velada, ora explícita. Lobbe até hora de convocações da Canarinho. Há empresários decentes; outros, perniciosos. O passe tolhia os atletas, quando surgiam chances de transferências milionárias. Mas hoje não está muito diferente: as transferências milionárias dependem dos acertos com empresários e especuladores.

Divisão

Especialistas ficam divididos entre o antigo modelo do passe e o atual sistema. De minha parte, não sei qual o modelo pior. Verdade é que muita gente, que sequer sabe dar um chute numa bola, está ganhando mais dinheiro de que muitos jogadores qualificados. É algo esdrúxulo do mundo da bola. O mundo é mesmo dos vivos ou vivaldinos.

Espertos

É preciso cuidado por parte dos atletas na escolha de procuradores e empresários. Nas décadas de 1960 e 1970, a fortuna de Pelé quase ruiu de vez quando o empresário José Ozores Gonzales, o Pepe Gordo, cometeu equívocos grosseiros na aplicação do dinheiro que o Rei faturava no futebol. Portanto, não de hoje os espertos rondam os craques.

Recordando

Década de 1980. Ceará x Fortaleza no Castelão. Lance em que o atacante Gilson, do tricolor de aço, cai na disputa de bola. O zagueiro Argeu, do Ceará, manteve-se firme no combate. Hoje, Argeu dos Santos é técnico bastante respeitado no futebol cearense, onde foi eleito o melhor do ano em 2008. Montou um dos melhores times da história do Horizonte. Não sei notícias do ex-atacante Gilson. (Colaboração de Cid Barbosa).

Os bons

Não posso dizer, porém, que todo empresário de futebol é aproveitador. Seria leviandade de minha parte. Há empresários bons, muito bons, íntegros, honestos, que ajudam os craques num campo que eles não conhecem: o campo dos negócios. E prosperam. E ajudam os craques na consolidação de suas fortunas.

Os sonhos

Nas escolinhas de futebol a luta pela descoberta de craques envolve empresários de toda ordem, máxime os que apostam nos jovens valores na esperança de ganhos milionários. Fatos assim incomodam a própria Fifa que quer agora dar um basta nisso. A mesma Fifa que durante anos foi conivente com tal tipo de situação.

Ainda bem

No meio dos marmanjos, uma flor. A bela auxiliar de arbitragem, Carolina Romanholi, pretendia encerrar sua carreira no fim deste ano, mas a paixão pelo esporte foi maior. Ganhou o futebol, ganhou o público, ganhou o quadro de arbitragem da FCF. A empresária Romanholi promete mais um ano de encantamentos na linha lateral. Ótimo.

Caixa de entrada

Do leitor Antonio Roberto Peixoto: "Expresso aqui minha opinião e a de muitos torcedores deste imenso país. Sou militar da Aeronáutica. Nasci em Natal/RN. Tenho 49 anos. Morei em Fortaleza por 11 anos. Eu e muitos amigos não gostamos de Telê. Como treinador da Seleção foi um perdedor. E perdedora também foi a Seleção Brasileira de 1982. Uma geração de perdedores. Devemos sempre jogar para vencer. Por isso admiro as seleções de 1994 e a de 2002. Seleções vencedoras".