Acerto nas improvisações
No futebol acontecem coisas fantásticas. Não raro, improvisações são porta aberta para soluções definitivas, mesmo que contrariem a natureza das coisas. PC Gusmão se vê obrigado a mexer num setor vital do time, já pelas ausências obrigatórias de João Marcos e Ricardinho. Trabalha para encontrar os atletas cujas qualidades mais se ajustem às circunstâncias. Muitas vezes, improvisar é preciso. Mais ainda quando o técnico resolve ousar. Lembro da decisão do Campeonato Carioca de 1982. Na véspera do jogo decisivo com o Flamengo do famoso Zico, o técnico do Vasco da Gama, Antonio Lopes, a todos surpreendeu: promoveu cinco alterações. Muitos acharam precipitação do treinador. Outros qualificaram de loucura o ato de Lopes. Resultado: Vasco da Gama campeão.
Recordando
A partir da esquerda, em foto recente, dois jogadores que atuaram no futebol cearense nas décadas de 1970 e 1980: Val, ex-goleiro do Icasa, e Nena, ótimo zagueiro que atuou também pelo Icasa e pelo Fortaleza. Detalhes: o Nena é irmão do ex-atacante Geraldino Saravá (maior artilheiro da história do Castelão), Bodó e Zenon, todos residentes em Juazeiro do Norte. O ex-goleiro Val também teve passagem pelo Quixadá.
Meia-cancha
PC Gusmão não precisará ousar tanto quanto Antonio Lopes. Mas a mexida geral na meia-cancha poderá trazer ao time a postura certa para superar as dificuldades de marcação, sem perder o poderio ofensivo. Se PC não encontrar o equilíbrio entre os compartimentos, será difícil alcançar o maior desejo da torcida alvinegra: subir para a Série A.
Mais e mais
Há jogadores que terão de render mais, muito mais. Se assim não for, poderão comprometer o projeto de retomada comandado pelo novo técnico alvinegro. Cito, como exemplo, Nikão, Lulinha e Eduardo. Eles sabem jogar e já provaram isso. Mas, nos jogos mais recentes, os três chegaram a irritar a torcida em vista de uma produção desqualificada.
Serenidade
Pouco a pouco o Fortaleza, no Pici, vai voltando à normalidade. Pouco a pouco, a torcida também compreenderá e assimilará mais um revés no futebol. Daí a pouco, um novo presidente ou a continuação de Daniel Frota. Seja como for, nada de desespero ou de precipitações. Sábio o que mantém a serenidade quando das turbulências.
Único caminho
A torcida do Fortaleza não terá outra saída senão retomar o sonho. Nada de retirada. Afastamento temporário, pelas decepções, é compreensivo; jamais afastamento definitivo. Correto é fazer como fez a fiel torcida do Santa Cruz: sofreu, penou, foi humilhada, mas já agora mira a Série A. Isso, sim, é fidelidade.
Talento
O êxito das matérias de um repórter na televisão tem tudo a ver com o talento do editor de vídeo. Nesta parte, há se destacado o jovem Luís Carlos de Lima, editor de VT da TV Diário. Coisa recente, Luís deu show de sensibilidade nos trabalhos sobre os 25 anos da morte de Raul Seixas, o especial sobre a Torre Eiffel e a homenagem a Pelé. Primor de matérias.
Desprestígio
A lista dos 23 melhores jogadores do mundo 2014, concorrentes à Bola de Ouro da Fifa e da revista France Football, reflete o desprestígio do futebol brasileiro, que foi lembrado apenas pela presença de Neymar. Dentre os 12 países representados, a Alemanha (atual tetra mundial) lidera com seis atletas, seguida pela Argentina com três e pela Espanha também com três, sendo que dentre os da Espanha está o brasileiro Diego Costa, naturalizado espanhol. (Dados de Airton Fontenele).