Tom Barros

Ascensão e queda

A vida de técnico de futebol é semelhante à dos andarilhos. Gente que sai mundo a fora nas aventuras e incertezas da vida. Dias de glórias e dias de frustrações. Quase ao mesmo tempo, aplausos e vaias, de inteligentes a burros. Sérgio Soares foi brilhante na primeira volta do certame; na segunda, caiu em desgraça. PC Gusmão já foi herói do acesso à Série A nacional. Quando retornou ao Ceará pela terceira vez, experimentou o lado amargo da frustração. É mínimo, insignificante, o espaço entre a ascensão e a queda de treinador. PC Gusmão conhece muito bem esses caminhos. Trafegou pelos espaços contraditórios até mesmo em Porangabuçu. Se desta vez alcançará êxito, só Deus sabe. Subir o Ceará pela segunda vez será para ele a consagração da consagração.

Recordando

Década de 1970. Ceará Sporting Club. A partir da esquerda (em pé): Mauro Calixto, Nagel de Melo, Jorge Hipólito, Paulo Tavares, Edmar e Reizinho. Na mesma ordem (agachados): Jorge Costa, Samuel, Téia, Miguel e Da Costa. Desse grupo, não sei onde andam Nagel, Jorge Hipólito, Reizinho, Samuel, Téia e Miguel. Já Mauro, Edmar e Da Costa moram em Fortaleza. Jorge mora no interior. (Colaboração de Elcias Ferreira).

Modelo

A propósito de PC Gusmão, se adotar o mesmo modelo da época em que subiu com o Vozão para a Série A, estará numa postura diametralmente oposta à de Sérgio Soares. Este fazia o time jogar aberto demais já pela vocação ofensiva. PC tem preferência por modelo mais fechado, de marcação implacável, como a linha de ferro composta por João Marcos, Michel e Heleno.

Opção

Não sei que filosofia PC adotará agora. Usará um meio-termo? Conseguirá o desejado equilíbrio entre os compartimentos, expediente que Sérgio Soares jamais alcançou? Ou repetirá a pegada forte das jornadas anteriores? Dois marcadores implacáveis de sua época estão aí: João Marcos e Michel. Com um detalhe: João segue eficiente; Michel precisa melhorar muito.

Adversário

O Macaé, pelo mostrado no jogo de ida, tem suas limitações. Mas no elenco, bons atletas como Gedeil, Lucas, Maquinho, Juba e Romário. Time para ser respeitado, não temido. Mas o Fortaleza precisará ser mais incisivo em busca da vitória. Jamais poderá repetir a postura adotada em Macaé, quando não soube impor sua superioridade.

Cenário

O Fortaleza é melhor. Numa analise comparativa, Ricardo, Cametá, Fernandinho, Corrêa, Guto, Walfrido, Marcelinho Paraíba e Robert compõem uma formação mais qualificada que o Macaé, fato provado até pela campanha na fase classificatória. Mas nada de soberba. Nada de já ganhou. Humildade será o segredo.

Otimista

Vi na TV Diário a entrevista de Fernandinho, do Fortaleza. Ele, com argumentos fortes, mostrou que o Leão está pronto para ganhar a vaga. Lembrou que o Fortaleza não perdeu no Castelão. Além disso, Fernandinho tem a experiência de situação assim, quando, por exemplo, foi campeão da Série C pelo Criciúma. É um dos trunfos do Leão contra o Macaé.

Notas & notas

O torcedor do Ferroviário, José Maria Silva, ligou-me para agradecer a cobertura dada ao Ferrão nesta fase final da Taça Fares Lopes. É obrigação nossa, Zé. Ele diz que o Ferroviário anda esquecido por parte da imprensa. /// O Icasa tem hoje grande chance de reduzir a margem que o separa do primeiro time fora da zona de rebaixamento. Pega a Portuguesa, lanterna na competição. Se repetir a bela atuação mostrada diante do Ceará, o Verdão do Cariri terá tudo para faturar mais três pontos.