Tom Barros

Agradável ambiente

A festa em homenagem ao Marcelo Chamusca, pelo seu aniversário, exteriorizou o ótimo clima de camaradagem entre os componentes do grupo. Marcelo tem a chance de entrar para a história do Leão, caso alcance o que mais os tricolores querem: subir para a Série B. Já passaram pelo Pici em missão semelhante diversos treinadores. Que eu lembre, lá estiveram, não pela ordem cronológica, Zé Teodoro, Vica, Júlio Araújo, Ademir Fonseca (o Fogueteiro) e Luis Carlos Martins (Rei do Acesso). Não conseguiram subir. Mas o personagem de hoje é Marcelo Chamusca. Eu o observo sereno, comedido, realista. Nada de "já ganhou". Senhor de sua responsabilidade. Criou todas as condições favoráveis ao Leão. Agora chegou a hora de colher os frutos.

Até o fim

A torcida do Ceará, pelo visto, terá de conviver com apreensões e incertezas até a última rodada da Série B. A vocação ofensiva do grupo é natural, espontânea. Por isso, a vulnerabilidade na marcação é também decorrência dessa situação. Assim, está difícil encontrar o equilíbrio dos compartimentos, mas a busca por ajustes deve continuar.

Os demais

O que ainda anima é ver Joinville e Avaí, concorrentes diretos do Ceará, também oscilantes. Mas há outra preocupação: Ponte Preta e Vasco da Gama começam a abrir distância. Assim vão ficando apenas duas vagas com melhores possibilidade de alcance do alvinegro. E tomara que Sampaio Corrêa e Boa Esporte não empreendam uma marcha ascensional.

Recordando

1966. Time do Calouros do Ar. A partir da esquerda (em pé): Chinesinho, Tidão, Sebastião Neto, Ozias, Gomes e Aracati. Na mesma ordem (agachados): Mota, Gilson Puskas, Mendonça, Adonias e Raimundinho. Sebastião Neto foi meu colega no rádio e contemporâneo na Faculdade de Direito. Aracati mora no Praia de Iracema. Há algum tempo, vi Mendonça na Igreja de Nazaré. (Coleção de Elcias Ferreira).

Reflexão

O prefácio assinado pelo professor Gisafran Nazareno Mota Jucá, titular do Curso de História da UECE, no livro "O Profissionalismo do Futebol Cearense", obra de Caio Lucas Morais Pinheiro, nos leva a uma reflexão instigadora. Em certo trecho ele questiona: "Ao invés de uma maneira de divertir ou relaxar não é o futebol o ópio do povo"?

Limites

Em momentos, noto que o futebol é realmente instrumento para anestesiar as massas. Há governos que o utilizam como meio alienante. Mas, nos países onde a consciência política alcançou elevado nível, o futebol jamais será assim utilizado, pois os próprios cidadãos o deixarão nos limites do esporte e dos negócios.

Troféu

Este é o Troféu Copa Roca que, na história do nosso futebol, foi o primeiro conquistado pela Seleção Brasileira. Aconteceu há cem anos, no dia 27 de setembro de 1914, quando em Buenos Aires o Brasil ganhou da Argentina por 1 a 0, gol de Rubens Salles. A foto foi batida por Cristiano Santos, do Memofut, quando de sua visita à sede da CBF, onde o troféu está exposto.

Centenário. Além dos 99 jogos entre Brasil x Argentina, houve um inusitado (12/out/1920) em Buenos Aires: as duas seleções atuaram só com oito jogadores. A Argentina venceu (3 a 1). Tinham acertado um jogo beneficente, mas a delegação brasileira ao chegar à capital platina foi surpreendida com uma charge publicada num jornal local em que caracterizaram os jogadores brasileiros como macacos. Houve reação da parte dos brasileiros e somente oito concordaram em jogar. (Dados de Airton Fontenele).