Tom Barros

Em busca do equilíbrio

O Ceará, mesmo quando vinha funcionando bem a sua proposta ofensiva, sempre apresentou sistema de marcação vulnerável. Isso está explícito nos números: sofreu 38 gols. A busca de equilíbrio entre os compartimentos tem sido a luta do técnico Sérgio Soares, ou seja, como marcar melhor sem comprometer a proposta voltada para o ataque. Não é fácil alcançar esse ponto. E para isso há necessidade de fazer experiências. A tentativa de fazer um Ceará mais pegador com a presença de Amaral não deu certo em Campinas. Mas também não deu certo a tentativa de torná-lo mais ofensivo com a entrada de Nikão. Se não encontrar o sonhado equilíbrio entre os compartimentos, outro sonho poderá ser frustrado: o da subida para a Série A. Mas ainda há tempo para as correções.

Recordando

Recente encontro de ídolos do time do Ferroviário, campeão invicto de 1968. A partir da esquerda: Raimundinho, Edmar, Mano, Barbosa (aniversariante de hoje), Cavalheiro e Luís Paes. O goleiro Cavalheiro é gaúcho e veio rever os ex-companheiros. Barbosa Pinheiro é comerciante e preside a Associação do Comércio do Icaraí. Há anos não vejo Raimundinho e Luís Paes. Vez por outra encontro Mano e Edmar.

O Vila

Hoje, em Goiânia, o Ceará enfrenta o Vila Nova. Nos dois recentes jogos que fez em casa, no Serra Dourada, o Vila Nova perdeu. Na 24ª rodada, perdeu para o América/MG (0 x 1) e na 25ª, perdeu para a Ponte (0 x 3). Incrível é que, na 26ª, ganhou do América/RN na Arena Dunas em Natal. Mas não pensem que, pelos insucessos do Vila, o jogo será fácil.

Substitutos

No atual momento, o Ceará tem de pensar também na aproximação do Boa Esporte e do Sampaio. Portanto, há todo um processo a ser acompanhado com mais atenção. As contusões tendem a aumentar a partir de agora, já pelo natural desgaste da competição. Hora em que os substitutos serão de grande valia. E até poderão definir o rumo das coisas.

Confortável

Nunca, desde que desceu para a Série C, o Fortaleza ficou num situação tão confortável como agora. Administra a vantagem, evitando o estresse e o desgaste que teria, caso precisasse ainda pontuar para se manter na liderança. O Leão, como líder inalcançável, pode se dar ao luxo de dosar o ritmo, tal como fez na Paraíba.

Força mental

Agora o trabalho no Fortaleza é mais psicológico, ou seja, de preparação da força mental para superar o mata-mata como fase comum de uma competição e não como barreira intransponível, criada por complexo decorrente de insucessos anteriores. Trabalhar a mente será, pois, ponto fundamental no tão aguardado momento.

Luta interna

O técnico do Icasa, Vladimir de Jesus, animou-se após a vitória sobre o ABC. Justificou o desentendimento entre Lucas e Ivonaldo como efeito das fortes tensões vividas pelos atletas na atual crise. Explica, mas não justifica. Se o grupo não relaxar, não sairá do sufoco, pois sempre terá dois adversários: o interno (as tensões) e o externo (time contrário).

Descoberta

Acompanho futebol desde 1957. Na época, todos sabiam a grande diferença entre "mão na bola" e "bola na mão". Assim, os árbitros Raimundo da Cunha Rola (Rolinha), Alzir Brilhante, Tosta, Pierre Neto e os demais nunca complicaram. Agora, 57 anos depois, estupefato vejo a incrível recomendação do setor de arbitragem da CBF, que quer tratar como uma coisa só situações tão díspares na ação e na intenção. Retrocesso assumido sem pudor. Pior é que, mesmo assim, encontra adeptos e defensores.