Tom Barros

Oportunas reflexões

Sair do G-4 é perda de status, mas não perda de esperança. Verdade que o time sofre o baque. Afinal, cai da posição que garante a subida para a elite. Mas, dependendo da forma como internamente o assunto for tratado, ainda poderá contornar o problema, desde que faça urgente correção de rumo. O Ceará não é o primeiro a sair da faixa privilegiada. O Vasco da Gama, por exemplo, já experimentou situação assim. E, apesar de alguns tropeços, retornou ao G-4. Portanto, o Ceará pode mirar o próprio Vasco para também retornar ao G-4. Tudo dependerá agora da autoestima e da confiança do grupo alvinegro de Porangabuçu. Há equipes que, quando saem do G-4, sentem tamanho abalo psicológico que não mais se encontram na competição. Espero que com o Ceará seja diferente.

Recordando

Década de 1960. Time do Fortaleza sob o comando do saudoso Moésio Gomes. A partir da esquerda (em pé): Moésio, Lucídio Pontes, Dezinho, ? , ? , Olavo e Iá. Na mesma ordem (agachados): Zé Augusto, Etevaldo, Facó, Lídio Neto, ? . Detalhe: Moésio foi jogador talentoso, ídolo mesmo. Como atleta, Moésio foi Campeão do Norte pela Seleção Cearense de 1954. Também brilhou como técnico. (Acervo Elcias Ferreira).

Returno

O Ceará foi bem na primeira fase da competição (até a 19ª rodada). Terminou líder. Depois disso, viu claramente cair de produção. Em quatro jogos, ganhou apenas um. Perdeu para o Oeste (3 x 1), perdeu para o Náutico (2 x 1) e empatou com o Paraná (0 x 0). A única vitória foi em casa no Castelão, quando aplicou 5 x 2 no América/MG.

Sem gols

Há nítida queda de potencial quando Magno Alves não atua. Também é sentida a ausência de João Marcos. São jogadores importantes. O zagueiro Wellington estreou bem. É esperança de fazer sólida a defesa que vinha claudicante. Incrível é que, no dia em que a defesa do Ceará não sofreu gol, como no Paraná, o ataque alvinegro também não fez.

Outro assunto

Não vejo motivo para tanta apreensão no Fortaleza com relação ao mata-mata. Puxa, calma gente! Primeiro cumprir normalmente o que resta. Depois, sim, concentrar atenções na fase seguinte. Mas nada de criar fantasmas antecipados. Isso é ruim. Gera obsessão, perigosa obsessão. Nada de exageros ou pressões descomunais.

Fase

É normal apertar o grupo porque o Fortaleza caiu de produção. Isso é coisa corriqueira no futebol. O próprio Marcelo Chamusca conhece bem o assunto. Claro que um carão é oportuno. Mas nada de gerar crise desnecessária. Crise existiria se a classificação estivesse a perigo, mas não está. Uma chamada forte pega bem.

Experiência

Para a fase mata-mata o Fortaleza terá em campo o veterano Marcelinho Paraíba. Sua missão não será apenas jogar futebol, mas acalmar os ânimos, ser arrimo dos mais jovens e não deixar que o pânico se instale em caso de dificuldades acima das previstas. Além de Marcelinho, o Leão contará com o volante Correa, experiente também em grandes decisões.

Sina do Verdão

Quem viu e acompanhou a bela campanha do Icasa na Série B de 2013 não pode admitir a pífia campanha de agora. Contraste gritante. O time competente de outrora virou o saco de pancadas de hoje. As constantes mudanças no elenco não permitem o alcance da automação. Resultado: trouxe esperança quando quase ganhou do então líder Joinville, mas logo se complicou ao perder em casa para o vice-lanterna Vilanova. Fica difícil analisar um time que oscila tanto assim.