Destino dos estádios
O Brasil herdou da Copa 12 novos estádios. Todos padrão Fifa. Aqui, o Castelão. Mas a minha alma rebelde está insatisfeita. Há um sentimento de perda. Não mais vejo o Castelão como sendo nosso. Foi, na época da Fadec. Ali, sim, era nosso, do nosso governo, da nossa gente. Agora está nas mãos de terceiros (inclusive um grupo francês) que terão o direito de explorá-lo. Na Copa da França, em 1998, em Saint Denis, foi construído o belo Stade de France. Duvido que os franceses, logo após terminada a Copa de 1998, aceitassem arrendá-lo para os cearenses. Acho tudo isso muito esdrúxulo.
Legado
Imaginei que o Castelão seria para os clubes cearenses, mediante taxa compatível. Aí, sim, teria sido um legado para o futebol da gente. Mera ilusão. Lamento. Só o tempo definirá melhor a situação. Por enquanto, fico na expectativa. E vigilante.
Coisa nossa
O "Velho PV", apesar de também modernizado para a Copa 2014, manteve a característica de coisa nossa. Erro foi não terem ampliado sua capacidade para 30 mil lugares como sugeri na época. Assim, só em finais precisaríamos do Castelão.
"Sabemos como o Botafogo se comporta. Iremos enfrentar no sábado um time que já joga junto há bastante tempo".
Fernandinho
Ala do Fortaleza, analisando o próximo adversário do clube
Resistente
Em 1973, quando o Castelão foi inaugurado, anunciaram o fim do PV, que houvera sido construído em 1941. Seria a aposentadoria definitiva e irrevogável do velho estadinho da Gentilândia. Seria sepultado com toda sua tradição e história de 32 anos.
Redescoberto
Nos primeiros tempos de Castelão, o PV foi ignorado. Pouco a pouco, porém, foram redescobrindo a sua vantagem pela localização, máxime para jogos noturnos. Anos depois, nas voltas da vida, o Castelão, com sérios problema, foi interditado. Aí o PV voltou.
Convivência
Agora os clubes cearenses vão viver um outro tipo de relacionamento com os gestores dos estádios. Com o PV nada muda porque é da prefeitura, é nosso mesmo. Com o Castelão, depende. Será como morar em condomínio, com muita gente para dar pitaco.
Relacionamento
Espero que os novos gestores do Castelão tenham sensibilidade. Os anteriores, antes da Copa, criaram transtornos, ora pela falta de experiência, ora porque não eram do ramo, ora porque usavam de arrogância mesmo. Pelo menos nessa parte espero algo melhor.
Na medida. Admiro os ídolos. E os respeito. Mas não gosto dos exageros de fãs que ficam numa histeria absurda. O fracasso brasileiro na Copa trouxe ídolos como Neymar para o patamar dos mortais. Aplausos e tietagem sim; histeria, não. Fãs exagerados nem os próprios ídolos suportam.
Recordando. 1967. A partir da esquerda: Charuto e Ninoso. Dois irmãos, filhos do saudoso Vicente Faúna, que durante anos foi o zelador do PV. Charuto brilhou no Fortaleza, onde foi campeão cearense, na Seleção Cearense (3ª colocada no Campeonato Brasileiro de 1962) e no Ceará. Seu irmão Ninoso foi campeão cearense pelo timaço do América em 1966 e também campeão pelo Fortaleza. Foto batida no PV. (Colaboração de Elcias Ferreira).