Tom Barros

Indevida interrupção

Sempre fui favorável ao retorno de Dunga. Jamais aceitei o tom pejorativo dos que criaram a "Era Dunga" como algo de ruim para o futebol brasileiro. No tetra, em 1994, Dunga teve excelente participação. E sua passagem como técnico da Canarinho foi mais positiva em termos de título do que a de Telê Santana. Dunga conquistou uma Copa América, uma Copa das Confederações e o primeiro lugar nas eliminatórias para a Copa 2010. Telê não ganhou nada. Essa colocação pode gerar insatisfações dos devotos de Telê, mas os fatos são irrefutáveis. Dunga conhece futebol, é sério e tem liderança. Amadureceu. Hoje eu o vejo ainda mais preparado para o exercício da função. Em 2010 houve indevida interrupção do trabalho dele.

Problemas

O insucesso diante da Holanda e os atritos com cronistas de importantes redes de rádio e TV na Copa de 2010 deram ao Dunga a chance de avaliar e corrigir o que possa ter cometido de errado na sua primeira passagem pela seleção. Ele próprio já falou sobre o assunto, considerando-o superado. Seu desafio agora será maior porque é um recomeçar do zero.

Longo prazo

Se cobrarem do Dunga resultados imediatos, os erros serão repetidos. Há necessidade de tolerância neste reconstruir. Se as vitórias vierem logo, ótimo. Se não, deixem o treinador trabalhar. Da noite para o dia é fácil desmontar uma seleção; para montá-la, só a longo prazo. A maturação é penosa. E vai requerer muita compreensão da torcida brasileira.

Substituição

No Castelão, a grama sintética após a linha de fundo representa sério risco de contusão para os atletas que em velocidade transpõem o espaço de jogo. O atleta, na grama sintética, não consegue parar e vai de encontra à grade. Foi assim com Samuel Xavier. Estádio padrão Fifa não pode colocar em risco a integridade física dos jogadores.

Mesma pedra

Também no programa do Bel uma revisão das chances perdidas pelo Fortaleza. Não é possível. Já passou da hora de aprimorar a finalização. Foi por baixo índice de acerto nas conclusões que o Leão deixou de subir para a Série B nos anos anteriores. Inadmissível, pois, tropeçar na mesma pedra. Alô, Marcelo Chamusca! Exija capricho nas conclusões.

Livro

O jornalista Sílvio Carlos aniversaria hoje. Há mais de 50 anos no batente, o papa do amadorismo também tem profícua participação no futebol profissional. Um livro sobre sua vida está sendo escrito pelo jornalista Renato Abreu. Sílvio tem mesmo muitos fatos marcantes para contar. Hoje, Sílvio Carlos será alvo de merecidas homenagens. Parabéns, amigo.

Recordando

Ontem, citei que em 1973 o goleiro do Ferroviário, Marcelino, passou 1.295 minutos sem sofrer gol. Invencibilidade quebrada no dia 10 de junho de 1973 pelo gol de Ibsen, do Maguari. Confira alguns detalhes. Maguari 2 x 1 Ferroviário. PV. Ferroviário: Marcelino, Ivan, Celso, Cândido e Grilo; Vicente e Simplício; Zé Dias, Amilton Melo (Edilson Lopes), Luizinho e Jeová (Paulo César). Maguari: Jurandir, Dema, Ivan Limeira, Gilson e Neto; Íris e Zé Maria Paiva; Chico Alves, Diomar, Ibsen e Adão.