Improvisação e surpresa a favor da Seleção Brasileira
Hoje, véspera da decisão de vaga para a final da Copa do Mundo, observo clara divisão de opiniões com relação à Seleção Brasileira. Existem os que já enrolaram a bandeira porque olham a Alemanha como superior em tudo e há os que ainda apostam na força do futebol brasileiro, a despeito do desfalque do seu maior ídolo, Neymar. Reconheço que a Seleção da Alemanha tem repertório tático melhor que o do Brasil. Os germânicos variam muito de acordo com as circunstância do jogo. Mas, a favor da Canarinho, a improvisação e a surpresa. Na Seleção Brasileira há um gigante chamado David Luiz. Ele é capaz de, com sua força interior e carisma, levar o time a vitórias inacreditáveis. O que fez no triunfo sobre a Colômbia foi fantástico: defendeu como Bellini, bateu falta como Didi, combateu como Dunga e ainda arriscou alguns dribles quando resolveu subir ao ataque. Seu elevado espírito de luta contagiou o grupo. Uma atuação soberba, impecável. Como, pois, dar antecipadamente por perdido um jogo, quando se tem um guerreiro da estirpe de David Luiz? Está claro que os desfalque do Brasil são significativos. Além de Neymar, a ausência de Thiago Silva, suspenso pelo segundo cartão amarelo. Ainda assim, para mostrar o que é o jogador brasileiro, apego-me ao que aconteceu com o próprio Thiago. Ele fora muito criticado no jogo anterior, acusado de despreparo para o exercício da função de capitão do time. Sim, pois esse mesmo Thiago, ao marcar um gol logo no início da partida, silenciou seus críticos. E passou a ser mais líder do que nunca, impondo-se como profissional capaz de superar adversidades, embora em momentos, como qualquer ser humano, possa padecer vacilações. É bom lembrar: comete grave equívoco quem, por atos isolados, forma juízo definitivo sobre pessoas e coisas. Diz o provérbio que as aparências enganam. O Thiago Silva, que alguns apressados cronistas julgaram fraco, na verdade é um forte. E provou isso na cara de todos eles, na barba de todos eles, para não deixar dúvidas sobre a liderança que como capitão exerce. Assim como Thiago Silva, outros atletas poderão explodir quando chamados agora para a difícil missão da semifinal. Atletas que, de repente, saem da penumbra para o estrelato, da sombra para a luz, do banco para a afirmação, da dúvida para a apoteose. Neymar, mesmo ausente, exercerá muita influência no ânimo da seleção. Justo pela ausência dele, criou-se no grupo o desejo de presenteá-lo com o título. Tal compromisso gera força mental capaz de ampliar o potencial coletivo. E assim, pela doação, o time poderá encontrar os meios necessários para superar a poderosíssima Alemanha.
Na Seleção Brasileira, há um gigante chamado David Luiz. Ele é capaz de, com sua força interior e carisma, levar o time a vitórias inacreditáveis