O velho cenário
Quis o destino que o velho PV, embora o Castelão pronto, fosse mais uma vez o cenário do mais importante clássico cearense. Houve quem defendesse a presença de uma torcida só. Mas será com as duas. Não obstante riscos a mais, sempre fui a favor da presença das duas torcidas. Com uma só, fica capenga. Dá sinais de fraqueza o aparelho de segurança que admite não ter forças para controlar um clássico com as duas torcidas. E se a decisão fosse num jogo só, qual seria a torcida contemplada? É hora, pois, de encarar e mostrar que somos capazes de manter a ordem, custe o que custar.
Momentos
Marinho Donizete, depois que se firmou como dono da ala esquerda, tem sido o segundo melhor Fortaleza, atrás apenas de Assisinho. /// No Ceará, Lulinha sofreu contusão justo no instante em mais crescia de produção. Expectativa agora é sobre como voltará.
Técnico
É mesmo na hora de tantos problemas e contusões que a competência do treinador se faz notar. Caso de Hélio dos Anjos chamado a soluções emergenciais. Quando todo o elenco está no ponto, o trivial predomina. Bom é quem sabe improvisar.
O melhor. Assisinho é o melhor jogador do futebol cearense no momento. Nos clássicos anteriores, sofreu forte vigilância e não conseguiu assinalar gol. Seu desafio amanhã: mostrar que sabe desvencilhar-se, mesmo quando alvo de marcação especial.
"É sabido que há dificuldades na parte da defesa, mas o grupo saberá contornar a situação. Em clássico assim vale o esforço geral".
Jackson Silva
Volante do Fortaleza
Ausências
No Icasa, o zagueiro Nylhor terá sua ausência sentida, embora Robson Conceição também seja bom. Questão de entrosamento. Bobagem fez Elanardo, expulso num jogo de pouca valia para o Verdão. Quebra opção que Diá teria. Sim, o elenco tem outras alternativas, mas em jogo decisivo é fundamental contar com todo o grupo.
O Bugre
O técnico Argeu dos Santos foi o responsável pela recuperação do Guarany/S, colocando na semifinal. Mas há que se registrar os valores do Bugre. O elenco é bom, mas faço menção especial a Júnior Alves, Marcinho Guerreiro, Fernando (jogou muito diante do Ceará), Luiz Carlos e Maciel, com opções de Klinsmann e Fábio Saci. Um time perigoso.
Expressão
Magno Alves, pela experiência em grandes decisões, torna-se atacante mais perigoso ainda em momentos assim. As contusões dos jogadores de defesa do Fortaleza, que tanto preocupam o comando técnico tricolor, são motivo de observação de Magno que tentará tirar disso o melhor proveito. No primeiro clássico deste ano, Magno assinalou belo gol.
Recordando. Ontem, mostrei foto do ex-narrador José Cabral ao lado do jornalista Carlos Alberto Farias. Cabral está muito bem de vida e mora no Rio de Janeiro. Hoje, lembro um outro Cabral que também brilhou na radiofonia cearense. Refiro-me a Paulo Cabral de Araújo que, nas décadas de 1940 e 1950, fez parte da Ceará Rádio Clube. Dono de bela voz e orador nato, Paulo empolgou multidões. Assim, ingressou na política, sendo eleito prefeito de Fortaleza de 1951 a 1955. Anos depois, dirigiu em Brasília os Diários Associados. Foi presidente da Associação Nacional dos Jornais. De 1974 a 1979, exerceu o cargo de secretário do Ministério da Justiça. Paulo Cabral de Araújo morreu em 2009 aos 87 anos de idade.