É hoje a tão esperada decisão da Copa do Nordeste. Mais uma vez Ceará x Bahia no Castelão. É bom não confundir com favoritismo a vantagem do empate que o Vozão tem. Vantagem é uma coisa. Favoritismo é outra. No primeiro jogo, no Pituaçu, tudo foi muito igual. O resultado correto pelo desempenho de ambos deveria ter sido um empate. Aí, sim, estaria retratado no placar o que acontecera em campo. É bom lembrar que, um minuto antes do gol do Ceará, o Bahia mandou uma bola na trave, fruto de um vacilo do goleiro Richard. No lance seguinte, houve a sorte de Jael na cobrança da falta que terminou com a bola na rede baiana. Relembrei esses fatos para evitar o traiçoeiro “já ganhou”. Esqueçam a sequência de vitórias do Vozão. Evitem chamar o Bahia de freguesia. Isso pode parecer provocação que estimulará o visitante. É perigoso ao extremo qualquer time que tenha seus brios feridos. Além disso, o Bahia é uma das mais tradicionais equipes do Nordeste, com um histórico que nenhum outro clube nordestino tem. Conclusão: a meu juízo, o Ceará tecnicamente é melhor que o Bahia. As condições são todas favoráveis ao Vozão. Mas cuidado com a soberba.
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Desfalques
O Bahia não terá o zagueiro Luís Otávio, que foi expulso no jogo diante do Ceará, além do lateral direito Nino Paraíba e do volante Patrick, ambos suspensos pelo terceiro cartão amarelo. E Rossi, que não enfrentou o Independiente da Argentina pela Sul-Americana, estará de volta ao ataque. Não sei como está o ambiente interno no time baiano. O artilheiro Gilberto, após perder um pênalti contra os argentinos, recusou um gesto de conforto de um companheiro. Não entendi.
Desgaste
Enquanto o Ceará poupou o time principal, mandando o time reserva para a Bolívia, o Bahia usou o time principal diante do Independiente no empate (2 x 2) no Pituaçu. Esse empate gerou grande desconforto, máxime como aconteceu. Não sei se uma situação assim favorecerá o Ceará. A verdade é que o time baiano entrará em campo sob forte pressão.
Os titulares
Exceto Charles, expulso na vitória do Ceará em Salvador, todo o time principal estará à disposição de Guto Ferreira. Há um clima de muita união em Porangabuçu. O êxito em La Paz, apesar de realizado pelos reservas, influenciou no ânimo dos titulares. Praticamente virou compromisso a sequência de sucesso hoje.
Para cima
Quer queiram, quer não, o que houve em La Paz, ou seja, o sucesso do Time B do Ceará, gerou forte influência positiva entre os titulares que aqui estavam na “caderneta de poupança”. Como agora, poupados e alvo de todos os cuidados, admitir uma perda de título pelo time principal? Não digo que o fato gerou obrigação de ganhar, mas levou o time principal a uma responsabilidade maior.