Coluna Tom Barros

Atirar pedras

É fácil hoje atirar pedras em Osmar Baquit. Fragilizado por seguidos insucessos, tornou-se alvo fácil de contundentes críticas. No futebol é assim. Mas quando Baquit iniciou seus trabalhos foi recebido com entusiasmo. Até o apelidaram de Trovão pela forma com que bradava em defesa dos interesses tricolores. Hoje o criticam por ter trazido Luís Carlos Martins, um orei do acesso que só comandara times pequenos. Sim, mas Baquit trouxe também Vica, ora no comando do Santa Cruz e próximo do acesso. Trouxe ainda Hélio dos Anjos. Enfim, procurou acertar. Cometeu erros, é verdade. Mas é bom que fique claro: os fracassos tricolores começaram antes dele.

O tetra

O que hoje Baquit experimenta, o ex-presidente Renan Vieira também passou. Renan, era o então presidente herói do único tetra estadual do Leão. Mas quando não conseguiu subir o Fortaleza para a Série B, também virou vilão. Renan saiu escorraçado, espezinhado. Ainda bem, sem ódio ou rancores, Renan voltou a ajudar o clube.

O Icasa

As chances de classificação do Icasa, pelo número de vitórias que tem, são melhores que as do Ceará. Também pega adversários teoricamente fracos e enfrentará apenas um dos integrantes do atual G-4: o Chapecoense. Detalhe: certamente na data desse confronto o Chapecoense já estará com a sua situação definida.

Reações

Antes da decisão como Oeste, no PV, em 2012, Baquit era festejado porque todos entendiam que a vaga estava garantida. Com a derrota, o herói de antes do jogo virou incompetente. No futebol tudo pode se transformar em 90 minutos. Diante do Sampaio, até 46 minutos do segundo tempo, a vitória. Mas o gol do Sampaio, que eliminou o Leão, fulminou Baquit. De novo, de herói a vilão. Lamentável que o esforço e a dedicação de um presidente sejam logo esquecidos. É preciso frieza para viver e conviver com o mundo do futebol.

Voz otimista

Castelinho Camurça, presidente de honra do CD do Ceará, foi incisivo na T V Diário: "Eu acredito na nossa classificação". O que deu mais segurança ao Castelo foi o papo que ele teve com o Júlio Sales. É que Júlio fez estudo criterioso sobre os adversários de cada concorrente e concluiu que os do Ceará serão teoricamente mais fáceis. A conferir.

As projeções

Analisando as colocações dos meus convidados do Debate Bola, terminei por entender os motivos da confiança deles. Mas faço uma ponderação: para alcançar o G-4 e lá permanecer, o Ceará, como alertou Magno Alves, precisa sair da síndrome de tomar gols nos 46 ou 47 minutos de um dos tempos. Há continuar tomando gols assim, não irá a lugar nenhum.

"Se o Ceará ganhar do Sport/PE e do Avaí/SC no Castelão, ainda terá amplas condições de chegar no G-4. É que seus demais adversários serão mais fracos que os dos concorrentes".

Júlio Sales
Narrador da Rádio Assunção
(no Debate Bola - TV Diário)

Sem arrimo. Nas horas difíceis, poucos são os que aparecem para ajudar, ainda que apenas com uma palavras de conforto. É preciso ter coro grosso para suportar alfinetadas e ingratidões. Hoje, no Pici, qual o arrimo que Baquit teria senão as temporárias muletas e poucos amigos? A licença é consequência natural disso.