A possível classificação do Ceará na Sula

Leia a coluna desta sexta-feira (5)

A história do futebol é rica em fatos incríveis. Nunca esqueci a entrevista do atacante do Sport, Carlinhos Bala, após a derrota para o Corinthians no Morumbi, no primeiro jogo da decisão da Copa do Brasil de 2008. O Corinthians estava vencendo por 3 a 0. Seria muito difícil o Sport tirar a diferença no jogo de volta. Na época, o gol fora de casa tinha peso dois. Aí, já no final do jogo, Enilson fez o gol de honra do Sport. Placar final: 3 x 1 para o Corinthians.

Na entrevista, ao deixar o campo após o jogo, Carlinhos Bala foi incisivo: “O gol do Enilson é o gol do título do Sport”, disse ele. É que, com esse gol, bastaria o Sport ganhar por 2 a 0 para ser campeão. Clara premonição do Carlinhos. Em Recife, o Sport ganhou por 2 a 0, gols do próprio Carlinhos e de Luís Henrique. Como o gol de Enilson tinha peso dois, no agregado deu vitória do Sport por 4 a 3. Sport campeão da Copa do Brasil de 2008.

Assim, senti também uma premonição ao ver o goleiro do Ceará, João Ricardo, pegar o pênalti batido pelo atacante Calleri. A vitória do São Paulo ficou no placar mínimo: 1 x 0. Portanto, ao Ceará basta uma vitória simples por dois gols de diferença, pois no regulamento da Sula não há peso dois para gol fora de casa.  

Jogo de volta 

É natural que, jogando em casa, no Castelão, o Ceará tenha maiores possibilidades de ganhar do São Paulo. Entretanto, cabe um reparo: terá de jogar muito mais do que aquilo que apresentou no Morumbi. O São Paulo também não fez uma bela partida. Mas, a rigor, foi melhor do que o Ceará. E tem poder finalizador melhor que o alvinegro. 

Recuperação 

No Fortaleza, há toda uma expectativa sobre a reabilitação completa dos jogadores Tinga, Hércules e Zé Welison. Entretanto, a ausência mais sentida está sendo a do ala ou lateral-direito Tinga. O apoio ao ataque pela direita torna-se mais incisivo com a participação dele. Seus substitutos não conseguiram manter o padrão. Isso tem reduzido demais o potencial ofensivo do Leão. 

Dimensão 

A pergunta é: quem exercerá no Fortaleza a função que era do Yago Pikachu? No momento, não vejo ainda quem possa ter a mesma desenvoltura do Pikachu, máxime no modelo adotado pelo técnico Juan Pablo Vojvoda. Pikachu era imprevisível. De repente, aparecia na cara do gol. Era bom também nas finalizações de média e longa distância. Eu o chamava de invisível.  

Retomada 

Faz tempo que Lucas Crispim não repete as belas atuações que o levaram a ser referência no Leão. Crispim tem feito algumas boas partidas, mas jamais voltou a produzir o futebol de qualidade que ele mesmo mostrou, quando alcançou o auge no Pici. A retomada do Leão, nesta luta para sair do rebaixamento, passa obrigatoriamente pela plena retomada de Tinga e Crispim.