A confusa situação do Ceará e do Fortaleza

Se prevalecer a lógica, possivelmente o Ceará jogará por um empate no Estádio Avellaneda, em Buenos Aires, para garantir sua classificação à próxima etapa da Copa Sul-Americana. O raciocínio é simples: hoje, vitória alvinegra no Castelão diante do General Caballero e vitória do Independiente, sobre o La Guaira em Buenos Aires. Aí os dois irão decidir a vaga.

Já amanhã, pela Libertadores, o Fortaleza terá de ganhar do Alianza no Estádio Nacional de Lima, visando a manter a esperança de seguir na competição. A propósito de Fortaleza, é intrigante a situação geral do tricolor. Travou, de repente, o que parecia ser um ano de novos avanços. Tudo ia bem. O Fortaleza ganhou a Copa do Nordeste e ganhou o tetracampeonato estadual. O ano 2022 seria a continuação do êxito de 2021. Bastaria seguir a mesma receita de sucessos de 2021 para somar novas conquistas.

Mas não foi assim que aconteceu. Pelo contrário, o time perdeu o caminho das vitórias. Complicou sua vida na Série A nacional, onde permanece na lanterna. Só não houve o total desengano porque, por mais paradoxal que pareça, o time, mesmo nestas condições desfavoráveis, tem feito algumas belas apresentações. 

Prioridade 

Quando chamo de confusa a situação dos nossos representantes, tomo por base o contraste que está posto. Na Sul-Americana, o Ceará é líder de seu grupo e pode avançar para a próxima etapa, mesmo tendo o Independiente da Argentina como concorrente. Na Série A, o Vozão está na zona de rebaixamento. O Fortaleza é lanterna da Série A, mas ainda tem chance de seguir na Libertadores. 

Observação 

Tudo bem, a zaga substituta do Ceará, composta pelo jovem Marcos Victor e Gabriel Lacerda, revelou-se segura e com personalidade diante do Flamengo. Parabéns. Valeu. Mas cabe aqui uma observação construtiva: não pode repetir o curto circuito que permitiu o jogador Arão, do Flamengo, surgir livre na área alvinegra, duas vezes, marcando dois gols.  

Série C 

Que bom ver o Floresta e o Ferroviário na faixa de classificação da Série C nacional. É verdade que estão nas duas últimas vagas (7º e 8º), mas o importante é permanecer nessa faixa. São 19 rodadas. Seis já foram cumpridas. É incrível ver o tradicional Vitória da Bahia na zona de rebaixamento, podendo cair para a Série D.  

Números 

O médico e pesquisador Russen Conrado me manda alguns dados interessantes. Estão aí para o comentarista André Almeida, que gosta de estatísticas. Até agora, tivemos 60 partidas, sendo 45 delas (75%) definidas pela diferença máxima de um gol a favor do vencedor. “A igualdade dos times é muito evidente”, diz o pesquisador. A melhora no aproveitamento das chances fará a diferença.