“Faço o que acredito”.
A frase de Claudiane Juaçaba é direta e precisa. Poderia estar no cartão de apresentação de uma mulher que, desde a meninice, tem ideias firmes e gosta de fazer acontecer, em todos os campos da vida.
“Essa é uma marca registrada da minha família”, explica Claudiane. “Não é que ache a minha opinião a melhor. Se ouvir algo coerente, claro que mudo de ideia. Não tenho problema em voltar atrás, em mudar, em melhorar. Mas se tiver certeza que tenho propriedade naquilo que quero, eu sigo. Nada me demove”.
É assim, confiando no que faz, que Claudiane escreve um novo capítulo de sua vida. Aos 56 anos, ela inicia um projeto profissional com a cara dela, cheio de segurança, objetividade, sinceridade e alegria: uma consultoria imobiliária com algo mais.
Com foco no mercado de imóveis de luxo, Claudiane Juaçaba não queria oferecer uma consultoria comum. Não seria ela se fizesse assim, essa é a verdade. No ritmo (acelerado) de sua transformação pessoal, ela pensou mesmo na reinvenção da forma de atender e dar suporte a clientes e parceiros de negócios. Mais dinâmica, abrangente e completa.
Confiança
Claudiane Juaçaba realmente faz acontecer porque acredita. E o que ela acredita, a água que, também, move os moinhos dessa nova fase da vida, é na força do amor-próprio. “Você precisa descobrir o amor que tem por si mesma, entender a importância que tem para quem você é. Isso dá forças para você realizar o que acredita. Esse amor, que toda pessoa tem que ter, só perde em tamanho para o amor que sentimos pelos nossos filhos”, defende.
Recentemente, ela virou uma página da própria história, quando se separou após 33 anos de casamento. A separação veio após dois anos difíceis de pandemia, quando a vida de todo mundo foi revirada, e no momento que buscava um novo projeto profissional para investir a energia que, quem a conhece sabe, ela tem de sobra.
Em sociedade com os irmãos, Claudiane Juaçaba manteve por 17 anos uma academia, a CB Fitness. Quando o negócio foi encerrado e a pandemia impôs a necessidade de uma reclusão, ela sentiu falta de algo que fizesse para si. Inquieta, como ela mesma se descreve, não estava parada. Como fazia há anos, seguia administrando as finanças da família e a clínica do ex-marido.
“Mas não me sentia produzindo algo para mim. Claro, era algo que fazia e fazia bem feito, que era importante. Ao mesmo tempo, existia uma pressão, dos irmãos, dos filhos, para fazer algo para mim”, relembra, sobre o reconhecimento nem sempre fácil de conseguir. A disposição e o espírito ativo de Claudiane inspira confiança, mas com ela vem a cobrança das expectativas.
A cobrança que Claudiane realmente ouvia era a que fazia a si mesma. E a questão se resolveu com tenacidade, disciplina e fé, como costuma acontecer com ela. Soube esperar e construiu a oportunidade certa, quando ouviu o sinal que pedia em seus exercícios de devoção. Era hora de começar a escrever seu novo capítulo. Seria no ramo imobiliário e seria do jeito Claudiane de fazer as coisas.
Família
“Eu gosto de gente”, conta Claudiane. “Sou alegre, brincalhona, tenho muitas amigas e amigos”, se descreve a mulher que ama passar o tempo e dividir experiências com os amigos e a família. “Gosto de estar presente na vida de quem amo, de ajudar. Sempre procuro deixar as pessoas bem, botar pra cima”, conta, com o otimismo de quem se sente em paz com a vida.
Viajar é uma paixão que se nota nas histórias que conta. Outra, imensa, são os filhos, Carlos Henrique e Cadeh Juaçaba, e o sobrinho (“filho do coração como ela prefere”), Augusto Neto, o Guga, sempre citados em qualquer bate-papo com essa mãe orgulhosa.
Esse traço pessoal também se manifesta em sua trajetória profissional. “Sempre gostei de trabalhar com gente e tudo o que fiz, sempre, foi lidando com o público. Sempre. Isso é algo constante no que escolho fazer”.
Não é difícil encontrar as raízes dessa disposição. O pai foi um comunicador, dos mais notórios na história do Estado, o jornalista Augusto Borges. A mãe de Claudiane, Cláudia Borges, é um dos nomes históricos do ensino do balé em Fortaleza (ela mesma é filha de Regina Passos, personagem incontornável na história da dança no Ceará).
Daí parecem ter saído alguns de seus talentos: a maneira como se expressa e encanta nas conversas, numa arte da simpatia que abre portas; a disciplina e o foco, para conseguir ter a firmeza e o equilíbrio de uma bailarina na dança que inventar para si (até mesmo uma carreira nova); e a atenção ao outro.
Trabalho
Foi com a mãe, na academia dela, que Claudiane Juaçaba começou a trabalhar, aos 13 anos e meio. Aos 18, integrava a equipe administrativa de uma escola do município. Depois, atuou em instituições financeiras, BEC Crédito, Banco Cidade e BIC Banco, antes de voltar às salas de aula, dessa vez para cursar uma graduação de Pedagogia. A essa, seguiu-se uma Pós-graduação em psicopedagogia. A mudança de rota, do trabalho para os estudos, tinha a ver com a maternidade que acabara de chegar.
Como empreendedora, ela manteve uma escola de idiomas voltada para o público infantil, em sociedade com uma amiga; teve uma experiência no ramo gastronômico, em parceria com um tio; e a academia, que se tornou seu projeto principal por mais de uma década. Foi na boa fase dos negócios que a inquieta Claudiane Juaçaba gestou a ideia de uma mudança ousada, de mais uma reinvenção.
“Fiz Direito. Me formei, nesta segunda graduação, aos 43 anos. Para mim, foi minha maior realização e o maior desafio que enfrentei”, relembra. Como aluna, nos tempos de escola, ela se descreve como mediana, então mais interessada na vida fora dos livros. Ao fim do curso de Direito, recebeu o mérito acadêmico. Quando a telefonaram da universidade para lhe dar a notícia, ela chegou a pensar que era alguma brincadeira das amigas.
Mas o certo é que não faltou foco, nem dedicação em seu retorno à universidade. Deixou de lado programações, viagens, driblou passeios. “Quando você quer algo de verdade, você consegue”, acredita. À época, pensou em seguir uma carreira de juíza ou de auditora fiscal. O plano acabou não se concretizando por certa divergência no casamento. O ex-marido não queria que vivessem em cidades diferentes. “Sou uma mulher que não costuma baixar a cabeça, mas me acomodei naquele momento. Ganhava bem na academia, gostava do que fazia. Fiquei”, detalha.
Se faria diferente hoje? Sim. Mas Claudiane não é do tipo pensa no que não foi feito. “Acredito no ditado de que as águas passadas não movem os moinhos”, diz. A experiência trouxe suas lições e a certeza de seu potencial quando acredita em um projeto. O olhar está firme no presente e voltado para o futuro, para a nova Claudiane Juaçaba, que ela constrói dia a dia, com a alegria, a disposição e a fé que estão presentes em cada capítulo da vida que essa Dona de Si escreveu até aqui.