A deputada federal Erika Hilton (PSol-SP) apresentou nesta semana um relatório sobre o Projeto de Lei 580/07, defendendo que o direito ao casamento igualitário torne-se lei no Brasil. Para quem há poucos meses precisou voltar a defender direitos básicos da população LGBTQIAP+, é um alívio ver que ainda há esperança.
De autoria de Clodovil Hernandes, esse PL tramita na Câmara desde 2007, entre idas e vindas. Sim, há 17 anos, entre inúmeras eleições e trocas de parlamentares, se luta para garantir o direito e a liberdade de amar e casar, infelizmente, sem vitórias dentro da legislação.
Hoje em dia, a união civil homoafetiva é reconhecida no país graças a uma decisão do Supremo Tribunal Federal de 2011, mas não está presente na lei brasileira.
É óbvio que estamos prestes a enfrentar mais uma batalha, já que a bancada fundamentalista não gostou e atacou prontamente a deputada com discursos homo transfóbicos para amedrontá-la. O relatório foi ainda alvo de pedido de vistas, com a intenção de que ele não seja votado.
Eles, “do lado de lá”, seguem com a gana de nos rebaixar, nos desumanizar e ainda que, por vezes, consigam, sigo firme no time da esperança, entre aqueles que comemoram vitórias, ainda que pequenas.
Por isso, me alegro em dizer que, sim, o direito ao casamento igualitário pode virar lei e isso está sendo encabeçado por uma mulher preta, travesti, dona de uma oratória inigualável, belíssima e de uma força contagiante.
A gente, “do lado de cá”, sempre vai seguir pautando nossas lutas no amor e na liberdade de amar. Eles nunca vão entender que é daí que vem a nossa coragem. Não toleraremos retrocessos!
*Este texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor