Plataformas no Ceará deixaram de produzir mais de R$ 2,2 bilhões em petróleo e gás desde 2020

Estimativa do Sindipetro se baseia nos volumes de produção diários antes da paralisação, feita no dia 27 de março de 2020

Em meio a um momento de alta de preços dos combustíveis no Brasil, as nove plataformas de petróleo no Ceará (todas de águas rasas) seguem sem produzir desde 27 de março de 2020. Com a paralisação da extração, a Petrobras deixou de produzir R$ 2,239 bilhões segundo estimativas do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria do Petróleo (Sindipetro). 

O valor foi calculado a partir da média de produção diária das plataformas, que extraiam cerca de 4,4 mil barris de petróleo e 78 mil metros cúbicos (m³) de gás natural por dia. Ao todo, de 27 de março de 2020 até o último dia 10 de maio de 2022, foram 769 dias sem atividades. 

De acordo Roberto Viana, diretor do Sindipetro Ceará/Piauí, a Petrobras ainda mantém serviços de manutenção nas plataformas, que ficam localizadas em 4 campos de exploração: Xáreu, Atum, Curimã e Espada.

"É um valor pequeno em relação à produção da Petrobras, mas poderia ajudar nesse momento que vivemos. A empresa ainda mantém equipes de manutenção embarcadas em algumas das plataformas e em outras as manutenções são periódicas", disse Viana. 

"A Petrobras está com um plano de desinvestimento e todas as 62 plataformas de águas rasas foram fechadas desde 27 de março de 2020, sendo que 9 ficam aqui no Ceará", completou. 

Desinvestimento

O plano de desinvestimento da Petrobras foi adotado para tentar reverter resultados financeiros nos últimos anos e foi usado pela estatal para justificar o fechamento das plataformas no Ceará. 

Em um posicionamento oficial ao Diário do Nordeste, publicado no dia 30 de março de 2020, a empresa afirmou que as unidades entraram em hibernação por apresentarem baixo rendimento após variações no preço do barril do petróleo. 

As flutuações fizeram com que as plantas de extração passassem a ter "fluxo de caixa negativo"

Política de preços 

Para compensar os resultados financeiros, a Petrobras definiu em 2016, ainda no governo Michel Temer, um novo modelo de composição de preços dos combustíveis no Brasil.

O sistema atual considera as cotações do barril de petróleo no mercado internacional e da taxa cambial entre o real e o dólar.