Quando São Francisco criou o primeiro presépio, no Século XIII, a ideia era contar a história do nascimento de Jesus Cristo por meio da arte. A encenação franciscana acabou virando uma tradição, seguida em todo o mundo, recebendo aspectos culturais de cada lugar. Em Icó, na região centro-sul do Ceará, esse cenário ganhou uma proporção de livro dos recordes.
São quase 3 mil peças, tantos detalhes que exigiu a ocupação de uma capela que fica atrás da tricentenária Igreja Matriz de Nossa Senhora da Expectação. É nesse lugar, de fácil acesso, bem no centro histórico, que fica a atração natalina.
O presépio gigante de Icó é formado por maquetes em madeira e de miniaturas feitas com gesso e resina. Foram 24 dias para que ficasse pronto. O trabalho vem sendo realizado todo ano pelos gêmeos Márcio e Marciano Tavares, um funcionário público e um gerente de farmácia, respectivamente, que herdaram do pai o encanto pela data.
A visitação já pode ser feita desde o dia 9 de dezembro. Até o fim do ano, a estimativa deles é que cerca de 20 mil pessoas passem pelo espaço, sem contar as visitas quase que diárias da aposentada Erotildes Nunes. "Toda vez que venho por aqui, quero ver de novo. E sempre fico encantada", diz a moradora.
Joia da arquitetura colonial
Além do presépio, encantadora é a própria cidade. Icó é patrimônio histórico do Brasil. São mais de 400 imóveis tombados pelo Iphan, uma joia da arquitetura colonial, com estruturas que surgiram no sertão entre os século XVIII e XIX. Imagine então a beleza da fachada desses prédios neste mês, quando alguns estão iluminados para o Natal.