A leishmaniose, também conhecida como calazar, é uma doença grave e que não tem cura. É importante que os tutores saibam identificar os primeiros sintomas para que o tratamento seja logo iniciado. Inclusive, o mês de agosto assume a cor verde para conscientizar sobre os riscos dessa doença.
O médico veterinário Raphael Neves diz que os sintomas da leishmaniose são inespecíficos e que é essencial o olhar atento do tutor. "Aquele animalzinho que come bastante, come bem, mas não engorda. É sinal de atenção. Notou um hipercrescimento das unhas? Outro sinal. Algumas lesões de pele que nunca saram, também pode ser um indício da doença".
A distribuição da leishmaniose canina pelo mundo é ampla e é considerada um grande problema de saúde pública. Aqui no Brasil, os casos concentram-se na região Nordeste seguida pelas regiões Norte, Sudeste, Centro-Oeste e Sul.
Tire outras dúvidas sobre sintomas, conheça as formas de prevenção e de tratamento da leishmaniose.
Quais os principais sintomas da leishmaniose?
Raphael Neves ressalta a importância da visita semestral ou anual ao veterinário para que possam ser observados sintomas que levem ao diagnóstico. Mas, os principais sintomas da leishmaniose são:
- Apatia;
- Descamação da pele;
- Emagrecimento;
- Lesões na pele;
- Crescimento excessivo das unhas;
- Falta de apetite;
- Febre;
- Diarreia.
"As lesões, características da doença, aparecem principalmente no rostinho do animal e nas pontas de orelha. Aquelas lesões que ficam sangrando e que podem até ficar mais pretinhas com passar do tempo. Às vezes, o animal não apresenta nada, só uma falta de apetite e só mesmo com alguns exames pra gente confirmar"
O que é a leishmaniose canina?
A leishmaniose em cães é uma doença considerada grave em animais e letal em humanos. Há tratamento, mas não há cura. O animal pode viver com a doença, dependendo da gravidade. A transmissão acontece por um mosquito conhecido como mosquito palha, mosquito pólvora, birigui ou tatuquira.
Como é a transmissão da leishmaniose?
A transmissão da leishmaniose canina não acontece a partir do contato direto com o cachorro por meio de saliva ou mordidas, mas sim através da picada da fêmea do mosquito palha. Ou seja, se um mosquito palha picar um cão infectado, o mesmo mosquito poderá picar um ser humano e transmitir a doença.
Além do mosquito picar o cão infectado e transmitir para o ser humano, pode ter infecção de humano para humano através do mosquito.
Esse inseto possui a coloração amarelada e se reproduzem em locais úmidos e ricos em matéria orgânica, como frutos, folhas, fezes de animais, entre outros.
A leishmaniose é transmissível para o humano?
Sim, mas apenas através da picada de mosquito. "Não é uma transmissão direta. É preciso o mosquito. Sem o mosquito não vai ter transmitissão da leishmaniose. Então, a gente pode prevenir essa transmissão através de uma limpeza do ambiente", explica o veterinário Raphael.
A leishmaniose tem cura?
Não, a leishmaniose canina ainda não tem cura, mas, sim, um tratamento para garantir a integridade do pet infectado.
Meu cachorro vai morrer porque pegou leishmaniose?
Não necessariamente. O diagnóstico da doença era praticamente uma sentença de morte até pouco tempo atrás, já que não existiam medicamentos, e a eutanásia era recomendada para evitar que fosse transmitida para outros pets e animais.
Segundo o médico veterinário, Raphael Neves, as coisas mudaram quando surgiu um medicamento regulamentado pelo Ministério da Saúde e com resultados positivos.
"Com o diagnóstico positivo, a gente pode fazer intervalos, reduzir a carga paragitária, ficar fazendo checkup recorrente pra observar como que aquele animal vai evoluir. Sempre mantendo a carga parasitária baixa. O animal pode sim ter uma qualidade de vida boa, viver longos anos, sendo leishmaniose positivo"
Existe vacina para a leishmaniose?
Existia, ela foi retirada do mercado pelo Ministério da Saúde, de acordo com o veterinário. Com isso, a ideia é focar na prevenção.
Como prevenir a leishmaniose?
"Se você tiver um ambiente limpo, bem higienizado e que não permita um jardim com restos de folha ou material orgânico, já diminui bastante. Utilizar a coleira é muito importante também", alerta Raphael.
A coleira é importante porque mesmo seguindo os cuidados em casa, algum vizinho pode não se atentar ou até mesmo algum terreno baldio pode ocasionar a proliferação do mosquito palha.
Como é o tratamento para a leishmaniose?
"Existem alguns medicamentos, hoje em dia, no mercado e vai depender muito da fase que o animal se encontra, se é na fase inicial ou na fase mais terminal. Vai depender também dos exames daquele animal, como está o rim, o fígado, principalmente esses dois órgãos porque são eles que vão metabolizar todas as medicações. A gente precisa dele forte"