Ultrassom dermatológico auxilia diagnóstico de doenças e realização de procedimentos estéticos

Exame de imagem é uma ferramenta de estratégia de cuidados não invasiva e segura, já que não envolve a exposição a radiações ionizantes

Exames de imagem já são bastante tradicionais na medicina para os mais diversos casos, mas pouco se conhece o ultrassom dermatológico. Uma das principais funções é realizar o diagnóstico de doenças inflamatórias da pele e até mesmo de tumores cutâneos.

Realizado por um médico especialista com um transdutor de alta frequência, o procedimento serve para avaliação da pele e anexos por meio de ondas de alta frequência que formam imagens como resposta em tempo real. 

A médica ultrassonografista do Complexo de Saúde Emilio Ribas, Adriana Torres, destaca que os principais benefícios desse tipo de exame é a possibilidade de um diagnóstico rápido, de fácil acesso e sem uso de radiação.  

Embora ainda não seja um exame solicitado com muita frequência, “sua utilização tem crescido nos últimos anos devido à sua eficácia e segurança. Com a sua capacidade de fornecer informações adicionais importantes para a programação terapêutica adequada, quando realizada por um médico experiente no assunto e com a técnica correta”, destaca. 

Normalmente, é solicitado por dermatologistas, cirurgiões plásticos, otorrinolaringologista, entre outras especialidades. O único cuidado necessário antes de fazer o exame é ir sem maquiagem ou protetor solar no rosto. 

Conforme a ultrassonografista, é possível avaliar também algumas afecções que acometem as unhas. 

Mapeamento facial  

A dermatologista Celina Frota pontua que a ultrassonografia pode ser utilizada também para o mapeamento facial. “É possível ver, naqueles pacientes que fizeram tratamentos com outros profissionais, o que foi colocado, o tipo de material usado, se foi um PMMA (polimetilmetacrilato), ácido hialurônico ou bioestimulador”.  

Além disso, o ultrassom também auxilia a realização de novos procedimentos, funcionando como um guia, de acordo com a dermatologista. É possível ver se o preenchimento com ácido hialurônico, por exemplo, está sendo inserido no plano correto, se está perto de algum vaso sanguíneo.  

“O mesmo serve para o contrário, para a retirada de produtos aplicados, como no caso da harmonização facial. O ultrassom também guia a retirada de forma mais precisa”.  
Celina Frota
dermatologista

Diagnóstico precoce de câncer  

Um dos principais diagnósticos realizados pelo ultrassom é o de câncer de pele. A dermatologista explica que, a partir dele, é possível definir alguns tipos de tumores, qual o melhor tratamento, se é necessário fazer biópsia ou não.  

“O ultrassom auxilia o diagnóstico de alguns cistos, tumores que deixam dúvida na macroscopia, no exame clínico”, afirma Celina. 

A médica Adriana acrescenta ainda que, por ser um procedimento não invasivo e seguro, que não envolve a exposição a radiações ionizantes, o torna uma opção mais segura.

“É importante pela detecção do tumor e aferição de suas dimensões e profundidade, o que ajuda bastante no pré-operatório, inclusive no intuito de evitar recidivas”. 
Adriana Torres
ultrassonografista

Por isso, Celina destaca ainda a importância do contato entre ambos os profissionais envolvidos no cuidado do paciente (o médico que solicita o exame e o que realiza).  

“Pra saber onde achou, onde tem material a ser retirado, se tem oclusão ou não, pacientes com complicações, com necrose por causa de harmonização facial, por exemplo, a gente pode guiar pra auxiliar pra retirar esse preenchedor o mais rápido possível. É muito importante o contato com radiologista pra que a gente tenha essa sintonia pra trabalhar em conjunto”, finaliza.