Novo queridinho do mundo do skincare, os peptídeos têm figurado em diversos lançamentos de produtos de cuidados com a pele por trazer benefícios como o aumento da firmeza e a melhora do aspecto de rugas. Produtos com o ativo atuam estimulando a produção de colágeno, responsável por promover essas propriedades.
Embora possam ser utilizados como compostos na indústria cosmética, os peptídeos são estruturas poliméricas formadas por aminoácidos e produzidos naturalmente pelo corpo. São eles que formam hormônios fundamentais pro bom funcionamento do organismo, como a insulina, a prolactina e a ocitocina.
Essas estruturas estão ainda envolvidas em processos como a produção de colágeno no corpo. Por isso, nos últimos anos, a ciência elaborou uma forma de ‘suplementar’ os peptídeos de forma tópica na pele, de modo a conseguir os benefícios do precioso colágeno. Até porque a quantidade dessa proteína no organismo vai diminuindo com o tempo.
O uso desse ativo é tão democrático no skincare que é possível usar os peptídeos em vários veículos, seja sérum, bruma, creme, óleo ou gel. É possível ainda combinar com outros compostos, como o ácido hialurônico, ou mesmo com vários tipos desse aminoácido.
Funções e propriedades diferentes
A dermatologista Helena Câmara explica que existem vários ativos que vêm sendo estudados com funções e propriedades diferentes. “Entre os mais estudados temos as matricinas e o Matrixyl®️, com a função de estimular a produção de colágeno cutâneo”.
“Temos ainda o Syn-Ake®️ e a Argirelina que atuariam como inibidores de um neurotransmissor, simulando o efeito da toxina botulínica e melhorando rugas de expressão; e os peptídeos obtidos do farelo de arroz, que inibiriam uma das vias de pigmentação da pele, reduzindo manchas”.
Helena ressalta que a combinação desses ativos com outros de função semelhante potencializa o efeito. “Mas é importante frisar que rugas e flacidez precisam de procedimentos estéticos para serem, de fato, atenuadas”.
Confira principais benefícios dos peptídeos
- Estimulam a produção de colágeno e elastina;
- Diminuem a formação de rugas e linhas finas;
- Uniformizam o tom e textura da pele;
- Reduzem e ajudam no clareamento de manchas;
- Possuem ação antioxidante;
- Recuperam a barreira cutânea.
Quem pode usar?
De acordo com a dermatologista, esse composto pode ser utilizado por praticamente todos os tipos de pele, dependendo da queixa do paciente e das alterações cutâneas que apresenta. Peles sensíveis, inclusive, podem se beneficiar das propriedades já que a performance é mais suave que de alguns ácidos.
"Poderia ser usado em qualquer pessoa com idade acima de 15-16 anos. Os ativos descritos foram avaliados nos estudos apenas de forma tópica. Os peptídeos de uso tópico se mostraram bem tolerados pelas pacientes nos estudos científicos, não apresentando restrições ao seu uso", pondera a médica.
Além do uso tópico, existe outro tipo de peptídeo, os bioativos de colágeno, que são consumidos de forma oral. Esse, conforme explica Helena, serve para aumentar a síntese de colágeno por algumas células da pele.
Peptídeos nos cabelos
O composto é tão democrático que pode ser incorporado também em produtos capilares. Algumas máscaras de tratamento pra cabelo trazem a combinação dos peptídeos com outros ativos, como o óleo de amaranto ou de silicone, e o pantenol.
Por aumentar a produção de colágeno, as moléculas agem estimulando o crescimento dos fios, a renovação do couro cabeludo. Além disso, nutrem os cabelos e ajudam na hidratação.
Outra propriedade dos peptídeos já produzidos pela indústria cosmética é a restauração progressiva da cor original dos cabelos com um efeito duradouro por meio de uma reeducação do bulbo capilar pra produzir a pigmentação natural.