O prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), anunciou nesta quinta-feira (27) que enviará à Câmara Municipal, que retoma as atividades na próxima semana, projeto que acrescenta 22,24% de reajuste salarial para os professores.
O percentual será somado ao reajuste de 11% aprovado no final de 2021, totalizando o montante definido pelo Governo Federal, de 33,24%.
De acordo com a Prefeitura, o reajuste entrará na folha de pagamento a partir do mês de março, incluindo valores retroativos a janeiro. O impacto previsto nas contas públicas é de R$ 421 milhões.
“Esses 22,24% significam R$ 278 milhões a mais na folha anual que estamos, legitimamente e merecidamente, investindo na educação de Fortaleza. Acrescentando o valor anterior de 11%, vamos ter um impacto de R$ 421 milhões. Temos uma saúde fiscal que permite esse aumento responsável e vamos pagar aos professores os 33,24%”, disse o prefeito em vídeo nas redes sociais, ao lado da secretária da Educação, Dalila Saldanha.
O anúncio do prefeito acontece às vésperas de uma paralisação anunciada pela categoria na Capital, prevista para 31 de janeiro. Os servidores reivindicam a realização de concurso público, pagamento de precatórios e de abono de aposentados.
Após a decisão do reajuste, o Sindiute comemorou a posição do prefeito nas redes sociais.
O vereador Guilherme Sampaio (PT), pelas redes sociais, parabenizou a categoria pela mobilização, no final do ano passado, na Câmara Municipal em prol do reajuste da categoria. "Vamos aguardar o envio da matéria, conferir toda a exatidão dos direitos do professores", ressaltou.
Piso nacional
O reajuste da Prefeitura de Fortaleza se alinha ao piso nacional do magistério anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta quinta, pelas redes sociais. Com o reajuste, o piso da categoria deverá ir de R$ 2.886 para cerca de R$ 3.845
"É com satisfação que anunciamos para os professores, da educação básica, um reajuste de 33,24% no piso salarial. Esse é o maior aumento já concedido, pelo Governo Federal, desde o surgimento da Lei do Piso", escreveu o presidente.
A Frente Nacional de Prefeitos (FNP), no entanto, lançou nota manifestando preocupação com a possibilidade real de cumprir a adequação.
“É preciso governar combinando sensibilidade social e responsabilidade fiscal. As finanças locais, infelizmente, não suportam reajustes excepcionais no cenário de incertezas que o Brasil enfrenta”, escreveram os dirigentes municipais na nota coletiva.