O fortalezense com poder aquisitivo mais elevado tem preferência pelo litoral, o que já foi atestado por pesquisas e é corroborado por especialistas em mercado imobiliário. Outras regiões da cidade, entretanto, despontam cada vez mais quando o assunto é demanda elevada e imóveis mais caros.
O Anuário DataZAP 2024 (com dados referentes ao ano de 2023), divulgado na última quinta-feira (16), mostra Parquelândia, Luciano Cavalcante, Bairro de Fátima, Benfica e Cidade dos Funcionários como algumas regiões da Capital cearense com valores de metro quadrado mais elevados - apesar de os imóveis mais caros de Fortaleza ainda serem encontrados em bairros como Meireles e Aldeota.
"Ao analisar o mapa, nota-se o apego pela praia, sendo os valores mais elevados por metro quadrado nas regiões litorâneas, diminuindo ao se distanciar. Na capital cearense, destacam-se também pequenos bolsões de valorização, como na Zona Leste, mostrando a heterogeneidade do mercado imobiliário na cidade", diz o Anuário DataZAP.
O documento também mostra um mapeamento de onde se concentra a demanda por imóveis (venda) na Capital cearense. As áreas mais caras também costumam ter a maior procura, com destaque para Meireles, Aldeota, Cocó, Luciano Cavalcante. Meireles e Aldeota concentram mais de 17,4% da demanda na capital cearense.
Comportamento da demanda
Além da preferência por determinadas regiões da cidade, o levantamento também mostra que os fortalezenses demandaram mais os anúncios de imóveis com até 90m², sobretudo a faixa entre 60m² e 90m². Os imóveis com três dormitórios foram destaque.
Segmentação
Fortaleza teve um crescimento de 45% no número de lançamentos imobiliários (unidades) em 2023 na comparação com 2022, com destaque para os imóveis de luxo. Nesse segmento, houve alta de 104%. "Avaliando os últimos quatro anos (de 2020 a 2023), o segmento se manteve com o maior destaque com um crescimento médio de 40% ao ano", diz a pesquisa.
Em Fortaleza, foram 574 unidades imobiliárias de luxo lançadas em 2023 na comparação com 2022, quando foram 281 lançamentos. Os imóveis mais econômicos tiveram crescimento de 92% nos lançamentos, chegando a 2.967 em 2023 contra 1.544 em 2022. Os imóveis de padrão médio/alto somaram 1.810 em 2023, queda de 3% na comparação com as duas mil unidades do segmento lançadas no ano anterior.
Especialista em mercado imobiliário e colunista do Diário do Nordeste, Paulo Angelim explica que o que caracteriza um imóvel como um produto de luxo é a exclusividade. Portanto, é possível que um imóvel com uma área (m²) não muito grande seja considerado de luxo pelo seu acabamento.
“Quando um imóvel de luxo é construído, não há uma busca pela relação custo-benefício, porque aquele consumidor quer exclusividade, excelente acabamento e todas as melhores soluções de engenharia são empregadas ali. Não é um imóvel de série”.
“O mercado de luxo não é regulado por necessidade, mas por oportunidade, por oferta. Mas ele é muito mais sensível às tensões econômicas e políticas. Já o público que consome o imóvel de padrão econômico, se tiver crédito, ele compra. E os reflexos disso na curva são imediatos”, detalha Angelim.
Ele complementa que o segmento de médio e alto padrão é em geral composto por um consumidor que está sempre “no limite”.
“O público da categoria econômica tem subsídio. Para a classe média, não há subsídio. O comportamento de consumo é diferente, então ele demora mais a responder. Normalmente quando eles melhoram de salário, eles viajam, trocam de carro”, acrescenta o especialista.
Preço médio do metro quadrado fica mais caro
O preço do metro quadrado em Fortaleza ficou 26% mais caro em 2023 na comparação com 2022, de acordo com o Anuário DataZAP. O segmento de médio/alto padrão foi o que teve a maior variação de preço do metro quadrado, com alta de 32% em um ano.
Bairros mais caros para além da Aldeota e Meireles
- Parquelândia
- Benfica
- Bairro de Fátima
- Luciano Cavalcante
- Cidade dos Funcionários
- Cocó