A fábrica de calçados da Paquetá em Irauçuba fechou as portas na última quarta-feira (13). A informação foi confirmada pelo secretário do Desenvolvimento Econômico de Irauçuba, Henrique Sousa.
Segundo ele, foram demitidos da unidade de Irauçuba 138 trabalhadores.
Ainda de acordo com a SDE de Irauçuba, a gestão municipal vem se articulando para que o espaço deixado seja, em breve, ocupado por outra empresa do ramo e os trabalhadores sejam absorvidos. De acordo com Henrique, assim aconteceu com a Simples Passo, que também encerrou as atividades no município no início deste ano e cujo espaço foi ocupado pela empresa BSC.
"São pais e mães de família que perderam seu posto de trabalho, são diversos salários que deixam de circular na economia. Porém a gestão está trabalhando, não vamos ficar somente assistindo e, se Deus quiser, no início do ano que vem poderemos reativar esse e outros galpões", afirmou o titular da SDE de Irauçuba.
Prefeita lamenta fim das atividades
Em sua página no Facebook, a prefeita de Irauçuba Patrícia Barreto lamentou na manhã desta quinta (14) o encerramento das atividades da Paquetá no município. "O fechamento de uma fábrica, gera um impacto enormemente negativo na vida de muitas pessoas e da comunidade como um todo. Atinge a economia local fortemente", disse.
"Diante da crise que a empresa vinha enfrentando, o Governo do Estado já vinha em negociação com outras empresas para suprir o vácuo que por ventura viesse a ser deixado pela empresa, e nós também da Administração Local, articulando-nos nesse sentido. Com a confirmação, agiremos no sentido de agilizar negociações para com brevidade termos o galpão, antes ocupado pela Paquetá, repassado a outra empresa que venha a produzir em Irauçuba", afirmou Patrícia.
Irauçuba conta com sete empresas do ramo calçadista ativas. Juntas, elas geram cerca de 700 empregos.
Empresa dava sinais de fechamento
O Grupo Paquetá é do Rio Grande do Sul e está em recuperação judicial desde abril de 2019. A empresa vem deixando os problemas financeiros refletirem nos trabalhadores desde meados de março deste ano, quando o atraso no pagamento dos salários começou a ser observado.
Em abril de 2023, a empresa pagou os colaboradores de forma parcelada, fato inédito na história da companhia que está instalada no Ceará há quase 30 anos, segundo funcionários.
Em junho, o grupo recebeu cerca de R$ 10 milhões do Governo do Estado. O valor era referente à antecipação de parcelas de incentivos fiscais com o objetivo de manter os 3,1 mil postos de trabalho no Ceará.
Para evitar maiores impactos aos colaboradores, o Governo do Estado firmou termo de compromisso com a Paquetá para antecipar um total de R$ 23 milhões a serem pagos em duas parcelas.
Para evitar maiores impactos aos colaboradores, o Governo do Estado firmou termo de compromisso com a Paquetá para antecipar um total de R$ 23 milhões a serem pagos em duas parcelas.
Em nota nesta quinta-feira (14), a Secretaria de Desenvolvimento Econômico informou que o Governo do Ceará acompanha a situação da empresa desde o início deste ano. "A Paquetá tem um histórico no Ceará muito bom, mas infelizmente nos últimos anos passou a ter problemas. A determinação do governador Elmano para a SDE é Adece, envolvendo a Sefaz e PGE, foram duas principais.
- em diálogo e acordo firmado com a referida empresa com medidas concretas do governo do Ceará para que a empresa possa honrar os pagamentos dos seus funcionários e tentar recuperar-se;
- buscar outras empresas do segmento industrial calçadista que possam assumir tais unidades produtivas caso a Paquetá realmente pare aproveitando tais trabalhadores capacitados e produtivos", informou Salmito.