Transposição: ministro está otimista, mas custos da água é impasse longe da solução

Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, concedeu entrevista exclusiva ao Diário do Nordeste

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(Atualizado às 09:01, em 26 de Junho de 2020)

O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, diz que há um otimismo em relação à solução do impasse que ainda existe entre Governo Federal e os estados na questão dos custos das águas da Transposição do Rio São Francisco e o peso no bolso do consumidor final, boa parte dele já de baixa renda. Ele enfatizou, em videoconferência realizada nas plataformas digitais do Diário do Nordeste, evento mediado por este colunista ontem, que o assunto está sendo tratado e que os estados que já estão sendo beneficiados têm um entendimento sobre a questão.

Na verdade, a declaração do ministro é sobre um tema complexo cuja engenharia financeira e política será um desafio e vai requerer diálogo. Não há consenso. Só no Ceará, a estimativa é de um custo anual de R$ 300 milhões. A Transposição cheia de impasses, desde o começo, terá outros tantos pela frente. 

Na torneira e no bolso

Os outros dois convidados da videoconferência, secretário de Recursos Hídricos, Francisco Teixeira, e o deputado estadual Guilherme Landim (PDT) debateram esse ponto central do quanto as pessoas terão que pagar pela água. Em cálculos de hoje, na Região Metropolitana de Fortaleza, o impacto nas contas de água poderia ser de 15%. O que mostra o tamanho do problema que o poder público terá pela frente.

De Estado

A obra, que consumiu mais de R$ 10 bilhões desde o início, recebe, só no Governo Bolsonaro, R$ 1,5 bi, se somarmos as previsões até o fim deste ano. Segundo o ministro Marinho, a obra é do ‘Estado Brasileiro’, portanto, perpassa qualquer questão político-partidária. A Transposição foi iniciada no Governo Lula, quando Ciro Gomes era ministro da Integração Nacional. Ciro e Lula não são mais aliados, mas ambos também são adversários do presidente Bolsonaro.

Agenda

Na agenda do presidente consta que sua chegada será por volta das 9h30, em Juazeiro do Norte. Ele deve sobrevoar um trecho da obra da Ferrovia Transnordestina na região e depois, por volta de 10h30, participa do ato de chegada das águas do S. Francisco ao Estado.