PDT inicia debates para definir apoio ou oposição ao governo Elmano; consenso parece distante

Comissão especial fez a primeira reunião no último sábado e deverá ouvir bancadas no Legislativo

Em clima de racha desde o processo de escolha do candidato a governador no fim do primeiro semestre, o PDT iniciou, formalmente, os esforços para tentar unificar a legenda e definir uma posição em relação ao governo Elmano de Freitas (PT).  

A comissão especial anunciada pelo presidente nacional Carlos Lupi e formada por André Figueiredo, Cid Gomes, Roberto Cláudio e José Sarto teve a primeira reunião no último sábado, mas um acordo ainda não parece próximo. 

“Fizemos uma reunião de debate. Tem duas teses: ser oposição ou ser base aliada do governador   Elmano. Vamos continuar conversando, reunir a bancada estadual e federal e vamos avançar nisso”. 
André Figueiredo
Deputado federal e presidente estadual do PDT

Na Assembleia, o partido elegeu 13 deputados estaduais, sendo a maior bancada. No Legislativo, o clima entre a maioria dos pedetistas é de apoio à tese de ser base do governo. 

O principal articulador desta tese é o senador Cid Gomes. Desde o início do segundo turno, após confirmada a derrota do PDT no primeiro turno na disputa ao Governo do Estado, o parlamentar iniciou tratativas e articulações para reaproximar PDT e PT. 

A tese de manutenção do rompimento está sendo defendida por lideranças mais próximas do ex-ministro Ciro Gomes e do ex-prefeito Roberto Cláudio. 

Segundo André Figueiredo, que foi reeleito deputado federal, ainda não há data marcada para a reunião entre a comissão e os parlamentares eleitos pela Legenda.

Aguardando convites

Ele ainda declarou que cabe ao governador Elmano convidar o partido para uma conversa sobre o assunto. Na última semana, o gestor eleito fez a primeira reunião com os partidos aliados, entre os quais não estavam o PDT. 

Na ocasião, Elmano declarou que o partido não foi convidado por conta do impasse que vive em relação ao apoio ao futuro governo. A ausência do convite foi para deixar o PDT resolver internamente as divergências. 

"Tive o cuidado de não convidar, eu sei que o partido não tem uma decisão. A primeira coisa que nós devemos ter é respeito. Eu não posso fazer de conta que o PDT não tem um processo interno de debate, eu sei que tem e cabe a mim respeitar".
Elmano de Freitas
Governador eleito (PT)