No início do mês de dezembro, o governador Camilo Santana (PT), por meio de um ofício, comunicou aos seus secretários que ao fim de dezembro aqueles que tivessem planos de ser candidatos na próxima eleição deixassem os cargos na gestão estadual. Nesta quarta-feira (29), a dois dias do fim do prazo, o clima ainda é de incertezas sobre quem fica e quem sai dos cargos.
No último dia 21, ao fazer a última reunião do ano com os secretários, Camilo reforçou a determinação.
Nos bastidores, o assunto é tratado com frequência, mas nada de confirmações. Fontes desta coluna no Palácio da Abolição confirmam que a exoneração dos cargos está mantida para o fim deste mês, mas os auxiliares ainda esperam um contato do gabinete do governador para confirmar as mudanças.
Na oportunidade que confirmou o pedido, no início do mês, Camilo Santana argumentou que a ideia da antecipação de desincompatibilização tinha o objetivo de preparar os novos secretários para tomar pé da situação nas pastas estratégicas e evitar problemas de continuidade nas políticas públicas.
Reclamações na base
Além disso, entretanto, há uma grande cobrança entre os aliados do governador de que como ordenadores de despesa na máquina estadual, alguns secretários levariam vantagem na busca pelos acordos eleitorais com lideranças nos municípios e com a entrega das obras e serviços estaduais, concorrentes fortaleciam os laços com os eleitores, desequilibrando o jogo eleitoral.
Aliás, entre os deputados estaduais, principalmente, há preocupação com a eleição do próximo ano. Nos corredores, muitos reclamam da dificuldade de atender às comunidades que representam, na comparação com os deputados federais que têm, anualmente, cerca de R$ 16 milhões por meio de emendas individuais obrigatórias ao Orçamento da união para atender aos municípios.
Não à toa, os parlamentares negociam com o governo do Estado a obrigatoriedade de liberação de emendas estaduais. Sobre o assunto, entretanto, ainda não há consenso.
Nomes cotados
No secretariado do governador, é dada como certa a saída do secretário de Cidades, Zezinho Albuquerque, que retorna à Assembleia Legislativa, do secretário de Planejamento e Gestão, Mauro Filho, que deve retornar à Câmara dos Deputados.
Secretário de Desenvolvimento Agrário, Diassis Diniz, do PT, não esconde o desejo de entrar na disputa eleitoral do ano que vem em busca de uma vaga na Assembleia Legislativa.
Outros nomes, entretanto, frequentam as especulações, como o do secretário de Ciência e Tecnologia, Inácio Arruda, e a secretária executiva de Justiça e Cidadania, Lia Ferreira Gomes, irmã de Cid e Ciro Gomes, que tem planos de candidatura.
Alguns nomes que podem ser candidatos não devem sair por não serem ordenadores de despesa. Esta coluna apureou que é o caso de Janaína Farias, assessora pessoal do governador que tem trabalhado de olho em uma das vagas à Câmara dos Deputados em 2022.
Como no mundo da política não se respeita velório, a substituição dos secretários já está em jogo.