A Gol Linhas Aéreas negou a operação do voo entre Fortaleza e Bogotá, anunciada pelo Governo do Ceará e pela companhia em junho deste ano. Segundo a empresa, o anúncio foi um “mal-entendido” e que o caso serviu apenas para exemplificar que, com a parceria com a Avianca Colômbia, futuros voos podem acontecer para o país.
O diretor comercial da Gol, Renzo Mello, e o gerente de operações internacionais da empresa, Luiz Henrique Teixeira, disseram à coluna que o voo pode até acontecer no futuro, mas não está no rol de projetos de curto, médio prazo.
Durante o anúncio há três meses, feito pelo assessor da presidência da Gol, Alberto Fajerman, o governador Elmano de Freitas destacou que o voo teria duas frequências semanais a partir desde semestre.
Os executivos da Gol também relataram à coluna que, na hipótese agora distante de o voo Fortaleza-Bogotá se concretizar, ele poderia ser operado em aeronaves da Avianca Colômbia, já que, dada a parceria entre a companhia e a Gol, elas seriam “uma empresa só”, o grupo Abra.
A conversa mudou
O anúncio feito pela Gol e o Governo do Ceará no dia 26 de junho compreendia três novos voos internacionais. Além das duas frequências para Bogotá, uma frequência a mais para Buenos Aires.
Na prática, contudo, desde setembro a Gol deixou de operar a única frequência para Buenos Aires. Em junho, o executivo da companhia comentou que o voo perduraria todo o segundo semestre!
A Gol deixou de pagar 12% de ICMS sobre o combustível de aviação para pagar 6% de ICMS, mesmo não obedecendo ao decreto 35.547, de junho de 2023 do Governo, 1/3 da alíquota cheia (18%).
Naquele anúncio, estavam presentes pela Gol, além do assessor da presidência, um representante de relações institucionais. Pelo Governo, estavam presentes o governador, a Setur (Secretaria de Turismo) e inúmeros parlamentares. Todos felizes, congratulavam a Gol pelo anúncio e torciam pelo sucesso da rota.
O Estado, mais que torcer, fez uma renúncia tributária para que tudo desse certo. O decreto, porém, é bem diferente na prática. Causa muita estranheza. Procuramos a Setur para falar sobre o voo e há um comentário de que o Estado está buscando a Gol para entender o que aconteceu.
O fato é que, em junho, o executivo da Gol informou que, além do novo voo para Buenos Aires, “nós estamos também começando a voar para Bogotá, que é um centro de distribuição da Avianca”.
“Desanúncio” velado
A coluna entende que planos mudam, mas temos indícios de que a transparência sobre o processo não é boa! Outro dia, recebemos a informação de que a Gol buscava autorização para a rota Fortaleza-Bogotá junto às autoridades colombianas.
Agora, a conversa é totalmente outra e tomamos ciência porque fomos buscar atualizações sobre a demora na implementação de um voo que, aparentemente, nunca foi planejado.
Este texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.