Para que servem a tecnologia e seus avanços? Há várias respostas simples e sábias. Uma delas é esta: a tecnologia, produto da inteligência humana, tem infinitos objetivos nas diferentes áreas de sua aplicação.
Na cirurgia robótica, por exemplo, ela permite, já faz alguns anos, a extirpação de tumores malignos na próstata sem que se fira o nervo peniano, mantendo intacto o apetite sexual do paciente.
Na irrigação agrícola, a tecnologia garante a produção de mais alimentos com menos água e menos área plantada.
É a tecnologia que está promovendo a transição energética do planeta pela substituição das energias de origem fóssil pelas renováveis, e isto se passa em alta velocidade. Por exemplo: os custos de geração da energia solar fotovoltaica, que havia 10 anos eram mais do que o dobro da geração hidráulica, são hoje semelhantes.
Foi a tecnologia da Embrapa que transformou o cerrado improdutivo do Oeste brasileiro na maior e melhor área de produção de fibras e grãos do mundo.
É a biotecnologia que está fazendo do Ceará um Polo Nacional de Fruticultura exportadora e de horticultura que já abastece o mercado interno nacional.
Pois bem: a tecnologia usada na agricultura dos países mais desenvolvidos do mundo – incluindo os Estados Unidos e os da Europa – chegou ao Brasil e chegará também ao Ceará.
Hoje, o combate às pragas e doenças que atacam as lavouras deixou de ser feito pela antiga aviação agrícola e está sendo executado por drones – veículos aéreos não tripulados que, por controle remoto, são capazes de fazer o mesmo que, milimetricamente, executa um robô numa cirurgia prostática ou coronariana.
São os drones que agora, nos campos agrícolas da Austrália, da China, da Rússia, da Alemanha, da Dinamarca, dos EUA, da Holanda e, também, do Mato Grosso, de Goiás e do Oeste da Bahia, espalham os defensivos químicos que eliminam as pragas e doenças próprias das lavouras.
A possibilidade de os drones causarem prejuízo ao meio ambiente é de praticamente zero, tal a precisão com que executam sua tarefa de pulverização a poucos metros do chão. Esses equipamentos são previamente programados para operar a prédeterminada altura e para cobrir prédeterminada área com a carga de calda que transportam e espargem.
O resultado de tanta tecnologia é uma operação de custo muito baixo e de 100% de manutenção da integridade do meio ambiente.
Além disso, deve ser levado em conta, ainda, o avanço tecnológico a que chegou a indústria dos defensivos químicos, que desenvolveu novas e mais eficientes moléculas e princípios ativos que tornaram mais eficiente, mais rápida e mais barata a pulverização por drones.
O Ceará avança na velocidade do frevo para tornar-se um Polo Nacional de Fruticultura. Ele já é o maior produtor e exportador de melão do país; o maior produtor de banana do Nordeste; e o maior exportador brasileiro de banana para a Europa.
E investe, na Chapada do Apodi e no Cariri, na produção de algodão e soja, usando para isso a tecnologia da Embrapa, admirada e respeitada em todo o mundo.
Na Chapada da Ibiapaba, crescem velozmente os investimentos no cultivo protegido com o que a produção de hortaliças, principalmente tomate e pimentões coloridos, se faz quase em progressão geométrica.
Para acompanhar esse crescimento, é necessária e inadiável a utilização do que a tecnologia tem de melhor. E o melhor da tecnologia, hoje, na área de pulverização das lavouras, são os drones pelas virtudes acima citadas.
A Assembleia Legislativa do Ceará começará, nos próximos dias, a debater sobre um projeto-de-lei que autoriza o uso de drones na pulverização das diferentes culturas agrícolas no estado.
Mas grupos ideológicos contrários à moderna agricultura empresarial, à livre iniciativa, à propriedade privada e à pesquisa agropecuária da Embrapa mobilizam-se contra a proposta.
Rejeitá-la será dar um tiro no pé do desenvolvimento econômico e social do Ceará. Reparem: cada hectare cultivado de melão significa um emprego. Em Icapuí e em Mossoró, a Agrícola Famosa tem 8 mil hectares plantados de melão, melancia e outras frutas. Isto significa a presença de 8 mil pessoas com emprego formal garantido.
Essa área e esse contingente de mão de obra serão o dobro, se e quando o Ceará passar a utilizar drones para pulverizar suas lavouras.