Esta semana tem uma agenda que mistura política e economia. Logo mais às 8h30, o Banco Central divulgará o Boletim Focus, que é o resumo das projeções semanais que fazem 100 economistas das principais instituições financeiras do país.
Esse boletim prevê a inflação, o PIB, a taxa de juros Selic e o câmbio. Essas previsões são atualizadas todas as segundas-feiras.
Na quarta-feira, depois de amanhã, será divulgado pelo IBGE o IGP-M, que é o Índice Geral de Preços do Mercado, deste mês de agosto. As previsões são de que ele venha pressionado pelos preços agrícolas, principalmente de cereais.
Na sexta-feira, 1º/09, o mesmo IBGE divulgará o PIB do segundo trimestre. De acordo com os economistas do Banco Itaú, o PIB brasileiro no segundo trimestre deverá apresentar crescimento de 0,3% no trimestre, mas, anualizado, de 2,7%.
Por sua vez, os economistas da XP Investimentos – citados pelo Infomoney, um site especializado em economia – projetam um incremento do PIB de 0,5% no segundo trimestre e de 2,8% anualizado, ou seja, de agosto do ano passado até agosto deste ano.
No Congresso Nacional, as atenções voltam-se para a Reforma Tributária, em tramitação no Senado Federal. Essa reforma só deverá ser votada, em dois turnos, no próximo mês de outubro.
Os grupos de interesse seguem pressionando os senadores, que, com certeza, farão modificações no texto da proposta que foi aprovado pela Câmara dos Deputados.
Quanto ao Arcabouço Fiscal, que será promulgado pelo presidente da República ao longo desta semana, a expectativa é sobre como fará o governo, ou, mais precisamente, o ministério da Fazenda para obter uma receita extra de R$ 150 bilhões ao longo do próximo exercício de 2024.
Será essa receita extraordinária que garantirá o cumprimento da meta de zerar o déficit primário no próximo ano. Neste ano de 2023, esse déficit é estimado entre R$ 100 bilhões e R$ 120 bilhões.
O IPCA deste mês de agosto, que veio com uma alta de 0,28%, ou seja, acima do 0,17% previsto pelo mercado, deverá levar o Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, a reduzir em 0,50% a taxa de juros Selic em sua próxima de setembro. Havia uma expectativa de que essa redução pudesse ser de 0,75%, mas essa chance reduziu-se bastante.
A atenção do mercado volta-se para a inflação de setembro, que deverá captar o aumento substancial dos preços dos combustíveis, principalmente do óleo diesel, que influi diretamente no frete rodoviário, pois é pelas rodovias que circulam os caminhões que transportam os alimentos desde o campo até os supermercados e feiras livres.
Mas o mercado brasileiro olha também para o mercado externo, principalmente para a China e a Europa.
A economista chinesa continua patinando e as medidas do governo para acelerar as vendas e o consumo não têm dado resultado até agora, enquanto, na Europa, a economia da Alemanha, a maior do continente, também enfrenta problemas, com zero de crescimento no segundo trimestre deste ano.
Hoje, o Gabinete Nacional de Estatísticas do governo da China anunciou que o lucro das principais empresas industriais do país caiu 15,5% de janeiro a julho deste ano, o equivalente a 500 bilhões de euros.