Carcinicultores do Ceará e dos demais estados nordestinos produtores de camarão descobriram as virtudes, as dimensões e o prestígio da Pecnordeste – a maior feira indoor da agropecuária regional, cuja versão 2024 começará amanhã, quinta-feira, 6, no Centro de Eventos.
A Pecnordeste passa a abrigar, a partir deste ano, a Expo Camarão, ou seja, o Salão Nacional do Camarão Brasileiro, para o que se deram as mãos a Camarão BR, entidade que congrega os maiores carcinicultores do país, e a Associação dos Criadores de Camarão do Ceará (ACCC), as quais se uniram ao Sebrae-CE e à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), promotoras do evento.
Líder da produção de camarão no Brasil, respondendo por 54% de toda a produção nacional, o Ceará tornou-se protagonista dessa atividade econômica, e por esta razão mesma ganhou da Faec e do Sebrae um espaço próprio, com programação própria na Pecnordeste – a Expo Camarão.
A Pecnordeste abrirá bem cedo, às 8 horas da manhã, seus trabalhos técnicos. A cerimônia oficial de abertura da feira acontecerá às 18 horas, com a presença do governador Elmano de Freitas e das maiores autoridades do estado.
O cearense Cristiano Maia, maior criador de camarão do país e presidente da Camarão BR e sócio majoritários do Grupo Samaria, que tem fazendas de criação em Beberibe e Paraipaba, no Ceará, e Pendências, no Rio Grande do Norte, não esconde o objetivo de sua entidade na maior feira da agropecuária do Nordeste:
“A carcinicultura nordestina e de todo o país está toda mobilizada em torno da Pecnordeste, que assim se torna o nosso grande espaço para a exposição e a divulgação das potencialidades do setor e da performance de cada empresa produtora. Os filiados da Camarão BR e da ACCC agradecem o apoio da Faec e do Sebrae-CE, que idealizaram a Expo Camarão, a área especial que os produtores de camarão ocuparão durante toda a feira no Pavilhão Leste do Centro de Eventos do Ceará. A Pecnordeste é um evento que, em apenas três anos, se tornou referência nacional para o agro brasileiro e, também, para a sua carcinicultura. Neste ano, mais de 60 mil pessoas visitarão a Pecnordeste e conhecerão a Expo Camarão, onde terão contato pessoal com o que, sob todos os pontos de vista, principalmente o social, é hoje uma realidade: a carcinicultura e sua importância econômica”, disse à coluna Cristiano Maia.
(No estande de sua Samaria Camarões, Cristiano Maia receberá seus convidados, que virão de vários estados. A maior das três fazendas de criação da Samaria localiza-se em Pendências, no vizinho Rio Grande do Norte, onde, além de centenas de viveiros e de uma planta industrial de beneficiamento de camarão e de um laboratório científico que faz pesquisa para o melhoramento genético de pós larvas, dispõe de um parque de geração de energia solar fotovoltaica com capacidade de 3 MW, que abastece todo o complexo).
Por sua vez, o empresário Gentil Linhares, outro cearense grande produtor de camarão, com fazendas de produção no Ceará e no vizinho estado do Piauí, está feliz com a presença de sua empresa – a Bomar – na Expo Camarão da Pecnordeste.
“No nosso estande, apresentaremos nossos produtos, faremos reuniões com nossos clientes e, provavelmente, fecharemos novos negócios. Na minha opinião, a Pecnordeste deu à carcinicultura nordestina a visibilidade que ela merece, porque é uma atividade que tem crescido em alta velocidade, gerando emprego e renda para milhares de famílias em toda a região nordestina, inclusive no Piauí, onde vem prosperando muito rapidamente, graças ao bom casamento da iniciativa privada com o governo estadual. Além disso, a carcinicultura do Ceará e do Nordeste – incentivada pelos investimentos que a iniciativa privada vem fazendo, por meio de seus laboratórios, na tecnologia biogenética e também impulsionada pelo governo do estado – ganhou um alto padrão de qualidade, razão pela qual o camarão brasileiro, produzido no Nordeste, está pronto para ser de novo exportado para a Europa”, comentou Gentil Linhares, para quem “foi genial a ideia da Faec de criar a Expo Camarão, que será, sem dúvida, o grande e valioso espaço que os carcinicultores teremos para exibir nossas potencialidades.”
O que esta coluna pode afirmar sobre a Expo Camarão, inserida a partir de agora no espaço e na programação da Pecnordeste, é que ela será um evento que reunirá a coletividade dos carcinicultores, sem qualquer tipo de personalismo. Pode ser dito que a dimensão que alcançou a Pecnordeste é produto do esforço coletivo da Faec, Sebrae, Senar, Fiec e Governo do Ceará, que se uniram em torno de um objetivo: prestigiar, incentivar e dar músculos ao produtor rural e ao que ele produz. Os criadores de camarão engajaram-se nesse esforço.
Na Pecnordeste – já consolidada como o maior evento indoor da agropecuária brasileira – a carcinicultura estará sob o pálio da entidade que congrega todo o universo dos produtores rurais do Ceará, que é a Faec. Ao criar a Expo Camarão, a Faec expandiu os espaços da Pecnordeste, permitindo que os criadores de camarão de toda a região nordestina tirem o máximo proveito dessa gigantesca exposição. A Expo Camarão na Pecnordeste é, digamos assim, a vitória dos que fazem a carcinicultura nordestina.
O presidente da Associação dos Criadores de Camarão do Ceará (ACCC), Luiz Paulo, declara-se muito satisfeito com o rápido progresso da carcinicultura neste estado. Com efeito, centenas de famílias, em diferentes municípios cearenses, que antes se dedicavam à agricultura, trocaram de atividade e, hoje, são prósperas criadoras de camarão. Observando essa prosperidade, a ACCC, com o apoio da Faec e do Sebrae, tem promovido cursos técnicos para a melhoria dos padrões genéticos dos seus carcinicultores associados.
Para Luiz Paulo, a Expo Camarão “é o resultado positivo de todo o esforço que os carcinicultores do Ceará e do Nordeste vêm desenvolvendo para tornar essa atividade uma das mais importantes da economia primária estadual e regional”.
O presidente da Faec, Amílcar Silveira, e o diretor técnico do Sebrae-CE, Alci Porto, celebram os recordes da Pecnordeste 2024. Neste ano, são esperadas 60 mil pessoas que visitarão a feira, percorrendo, principalmente, os seus mais de 1.100 estandes, parte dos quais – dedicada à pecuária leiteira – oferecerá degustação de queijos.
“Teremos três dias de estreita convivência da população citadina com os produtores rurais, e esta relação tende a crescer daqui para a frente, como um dos frutos da Pecnordeste”, disse o presidente da Faec.